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Prepare-se para mais gols da Alemanha: PT e PSDB resolveram juntar forças em Brasília. Obviamente, é por sobrevivência, não pelo bem do Brasil. Para demarcar um território constitucional que ambos abriram mão no passado, os dois partidos montaram uma barricada para proteger Aécio Neves contra o Supremo Tribunal Federal (STF).

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Antes da Lava Jato, uma parceria entre PT e PSDB até poderia ser tratada como um exercício de reconciliação programática. Agora, é mero oportunismo. O desmascaramento de uma falsa polarização que envenenou o debate político brasileiro por quase três décadas.

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Por esse longo período fechamos os olhos para algo evidente: petistas e tucanos são farinha do mesmo saco.
A foto acima ajuda a contar o início dessa história. Em 1978, um metalúrgico bigodudo e um sociólogo desgrenhado panfletavam juntos na saída da fábrica da Mercedes-Benz, em São Bernardo do Campo (SP). Era Lula, então um sindicalista sem partido, colocando a mão na massa para ajudar a eleger Fernando Henrique Cardoso para o Senado pelo PMDB.

Faltavam dois anos para a fundação do PT e mais dez para a do PSDB. Em 1989, quando Lula chegou ao segundo turno contra Fernando Collor, o PSDB não teve dúvidas de subir no palanque do PT. Mesmo derrotada, a aliança entre petistas e tucanos avançou para o início dos anos 1990. Foi então que o namoro quase virou casamento.

O matrimônio melou depois quando Itamar Franco (PMDB) assumiu o Planalto, em dezembro de 1992. Com o lema “Brasil, união de todos”, chamou diversos partidos para compor o governo – entre eles, PT e PSDB. Os tucanos aderiram, mas os petistas não.

A gestão Itamar começou mal das pernas. A inflação registrada em 1993 chegou a 2.700% ao ano, a mais alta da história do país. A combinação fracasso de Collor/ascensão de Itamar abriu duas perspectivas de poder: 1) Embarcar no governo Itamar para mostrar trabalho; 2) Jogar contra Itamar para ganhar a eleição subsequente.

Os tucanos ficaram com a primeira, os petistas com a segunda. Separaram-se apenas por desejo de poder. Adotaram por anos imagens para convencer os eleitores de que são as únicas opções políticas que temos.

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Para botar o teatro para funcionar, aceitaram se tornar reféns do PMDB e do baixo clero do Congresso. Engrossaram um caldo político que deu no que deu, como nos mostra a Lava Jato. E que gentilmente aceitamos que nos fosse colocado goela abaixo.

Se depender deles, dá para ajeitar uma recolocação desse cenário em 2018. Curiosamente, será a sétima eleição presidencial, desde a primeira polarização, em 1994. Sempre dá para acreditar que a goleada vai aumentar.

A dúvida é saber quando o Brasil vai fazer o seu golzinho (se é que vai fazer).