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Crédito da foto: Ricardo Stuckert
Crédito da foto: Ricardo Stuckert| Foto:

A Copa do Mundo murchou o clima pré-eleitoral brasileiro. Enquanto a atenção do país está na Rússia, os políticos se dedicam exatamente à jogada que menos interessa ao eleitor (e mais a eles próprios): as negociações sobre quem vai com quem na campanha. Nesse clima momentâneo de jogo de compadres, dá perfeitamente para comparar o desempenho de algumas seleções com a dos nossos políticos.

E qual equipe se parece mais com cada um dos candidatos?

Argentina = Geraldo Alckmin

A Argentina foi bicampeã mundial há 32 anos, o PSDB foi bi com FHC em 1994 e 1998. De lá para cá, os dois times azuis são muita fumaça para pouco fogo. Aécio Neves até bateu na trave em 2014 diante de Dilma Rousseff (PT). A Argentina até poderia ter ganho no Brasil contra a Alemanha se Messi não tivesse amarelado. A campanha de Alckmin em 2018 é problemática como o clima nos bastidores da seleção argentina. A diferença é que Alckmin parece ter muito mais Jorges Sampaolis dando pitacos ruins sobre o próprio time que a Argentina.

Bélgica = Marina Silva

Você provavelmente não aguenta mais o papo de “geração belga”. Este texto está sendo publicado antes das quartas-de-final (e talvez o autor queime a língua lindamente), mas a Bélgica, como se sabe, é até o momento mais um fenômeno de Playstation do que um time do quilate de campeões mundiais como Brasil, Argentina, Alemanha, etc. Marina flertou com o segundo turno em 2010 e 2014, porém ainda dá sinais de que não avançou muito em relação a isso. Marineiros têm muito dos torcedores flamengo-brasileiros, que amam as histórias dos irmãos Hazard e da vida de superação do Lukaku. São times com potencial. A dúvida é saber até onde aguentam o tranco de um jogo mais pesado.

Rússia = Jair Bolsonaro

Em 2014, ano da última eleição para presidente e da Copa no Brasil, pouquíssima gente apostaria em Jair Bolsonaro (PSL) e na seleção da Rússia para 2018. Ambos jogaram do seu jeito, digamos assim, “particular” e conseguiram ir para frente. A bizarra retranca russa implodiu o tiki-taka espanhol, assim como o discurso bolsonarista quebrou, até o momento, a polarização PT-PSDB. Se ambos vão ganhar, ou até mesmo chegar ao segundo turno das semifinais, é outra história. Mas que têm uma torcida barulhenta, é inegável.

México = Ciro Gomes

Quem diria que o México seria o grande destaque da primeira rodada da Copa e venceria com propriedade a Alemanha? Quem diria que Ciro Gomes renasceria do limbo após longínquas duas derrotas presidenciais (1998 e 2002) e despontaria como alternativa da esquerda nas eleições de 2018? Por enquanto, ambos empolgaram como nunca e tropeçaram nos próprios erros como sempre. Os mexicanos pararam nas oitavas (mais uma vez). Enquanto Ciro tem tropeçado (mais uma vez) na própria língua.

Itália = Lula

Lula já foi comentarista dos jogos da Copa e bolou o slogan “Brasil hexa, Lula tri”, no tom triunfalista de que será o primeiro presidente eleito para três mandatos no Brasil. É mais ou menos como se a seleção da Itália resolvesse fazer uma campanha publicitária insinuando que será penta em 2018. A questão é que ambos estão fora do jogo. Uma porque simplesmente não teve bola para chegar à Copa, outro porque não pode se desmarcar da lei da Ficha Limpa.

Islândia = Manuela D’Ávila

Ambas bombam nas redes sociais, têm boas histórias para contar, mas… Desde sempre é difícil acreditar que vão muito longe. Chegar à Copa (e à campanha) já pode ser considerada uma vitória em si para cada um deles. A Islândia foi à Rússia. Manuela vai mesmo para a eleição ou topa ser vice de algum plano B do PT ou de Ciro Gomes?

Sérvia = Alvaro Dias

Com quase cinco décadas de mandatos eleitorais nas costas, Alvaro Dias tem insistido na tese de que é o novo na eleição. Mais ou menos como se a Sérvia aparecesse na Copa como se nunca tivesse sido parte da Iugoslávia. Aliás, os sérvios até chegaram a perturbar a permanência da Suíça na Copa, durante a primeira fase. Alvaro vai incomodar mais os concorrentes?

Suíça = Henrique Meirelles

Por falar em Suíça, chegamos ao ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles (MDB), o primo rico das eleições. Ele admitiu que pode gastar até R$ 70 milhões do próprio bolso na campanha e, após integrar o governo Temer, tenta colar a imagem à era dourada da gestão Lula. A Suíça tornou-se um time encardido quando importou jogadores de outros países, como o Kosovo.

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