A pouco mais de dez meses para a eleição de 2018, quatro fatos simultâneos desta segunda-feira (27) serão determinantes para o cenário da disputa presidencial. São eles: a desistência de Luciano Huck, a decisão de Geraldo Alckmin assumir a presidência do PSDB, o anúncio de Jair Bolsonaro de que já tem um ministro da Fazenda e a aceleração de processos da Lava Jato no Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), corte que pode tirar Lula da disputa. Encadeadas entre si, as notícias clareiam a definição de estratégias individuais e as perspectivas de quem vai com quem – e com quais ideias.
Huck pensou, pensou, pensou e no final das contas admitiu que seria loucura, loucura, loucura abandonar a carreira para virar político. A decisão do apresentador, como avaliou o diretor do Instituto Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo, tem um significado extra: não teremos um verdadeiro outsider (gostemos dele ou não) com chances de vitória. No dia 23, uma pesquisa do Barômetro Político Estadão-Ipsos mostrou que Huck liderava um ranking de aprovação com mais de uma dezena de personalidades nacionais – com 60%, ele estava muito na frente de nomes como Lula (43%) e Sergio Moro (50%).
Na “despedida”, Huck mencionou elogiosamente um economista que o incentivou a entrar na carreira política: Paulo Guedes. “Ele tem capacidade de enxergar antes dos acontecimentos e disse para estar preparado para um cenário de descrédito na política”, declarou. Guedes, curiosamente, foi citado horas antes por Bolsonaro como seu ministro da Fazenda, caso eleito.
Bolsonaro, que não tem constrangimento de dizer que não entende nada de economia (e de otras cositas más), agora (em tese) tem alguém que entende por ele. Guedes é um dos fundadores do Banco Pactual e estudou na Universidade de Chicago, reduto mundial do liberalismo.
Eis que, em outro lado da trincheira, Alckmin limpou o terreno do PSDB para fortalecer sua candidatura. A jogada para assumir a direção do partido por aclamação, contudo, ainda tem lacunas. A principal delas: o governador terá peito de expulsar o colega Aécio Neves ou vai manter embaixo do tapete as bandalheiras do senador?
O que se sabe é que nesta terça-feira a legenda deve lançar uma plataforma de “centro-esquerda” para 2018. Claramente, é uma forma de reconciliação com a social-democracia e de distanciamento a Bolsonaro. Como também avaliou Murilo Hidalgo, o principal impacto da desistência de Huck é que os times de Alckmin e Bolsonaro vão precisar brigar entre si para ver quem vai para o segundo turno com… Lula!
Isso se a pergunta de US$ 1 milhão de 2018 não for respondida a tempo: o ex-presidente terá condições legais de participar das eleições? Pelas últimas movimentações do TRF-4, não. Segundo levantamento, a tramitação de processos da Lava Jato na segunda instância ficou bem mais rápida nos últimos meses. Ou seja, se a condenação de Lula no caso tríplex for confirmada no início do segundo semestre do ano que vem, um novo cenário, completamente diferente começa a se desenhar.
Sem Huck e Lula, nasceria uma nova possibilidade de polarização, entre Bolsonaro e Alckmin. No que ela vai dar? O dia de ontem começou a responder.
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