Lula usa a "gravata da sorte" durante evento em junho de 2010.| Foto:
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Acho que os analistas em geral exageram nas críticas a Lula. Mas, às vezes, difícil mesmo é entender os exageros do presidente.

Ontem ele fez um sensacional discurso (entendam como quiserem) em que defendeu a carga tributária brasileira, que chega a 37% do PIB.

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Disse que Estado que não tem uma carga elevada não tem condição de fazer política social. Lembrou que os países que tem uma sociedade equilibrada pagam mais imposto.

Lula está certo. Mas está completamente equivocado ao não citar o outro lado da moeda. Não lembrou, por exemplo, como os governos desses países são mais caprichosos com o dinheiro do povão.

E no Brasil? Vale pagar tributo para bancar o custeio do elefante branco da máquina pública? Para pagar, por exemplo, o salário das dezenas de fantasmas da Assembleia Legislativa?

Sem dizer que o sistema tributário brasileiro, que concentra as cobranças no consumo, acaba sendo mais cruel com os mais pobres. E os mesmos que deveriam ser beneficiados com políticas sociais são esganados quando vão comprar um sabonete.

Dizer que a carga tributária ou o sistema tributário do Brasil fazem sentido é um disparate.

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É só lembrar que, como especulador, você vai pagar apenas 15% de Imposto de Renda sobre o lucro no mercado acionário. E, como trabalhador mediano, 27,5%.

Tem justiça nisso?

Abaixo vão as declarações de Lula:

“Tem gente que diz que, no meu país, a carga tributária é apenas 9%, 10%. Quem tem carga tributária de 10% não tem Estado. O Estado não pode fazer absolutamente nada.”

“Está aí cheio de exemplos para a gente ver, para a gente perceber que exatamente os Estados que têm as melhores políticas sociais são os que têm a carga tributária mais elevada. Basta ver os Estados Unidos, a Alemanha, França, Suécia e Dinamarca”, afirmou Lula.”

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“Os que têm a carga menor não têm condições de fazer absolutamente nada de política social. É só fazer o recorrido na nossa América Latina.”

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