Dias atrás recebi uma mensagem pela internet: “não queremos médicos cubanos, queremos enfermeiras suecas!” Claro que era só uma brincadeirinha masculina. Mas toda piada desse gênero reforça um pouco do preconceito nosso de cada dia.
É impressionante como nos últimos anos os brasileiros estão cada vez mais preconceituosos em relação aos vizinhos. A cobertura policialesca sobre o brutal assassinato do garotinho boliviano Brayan, de 5 anos, em São Paulo é uma prova disso. Os pais e parentes do menino são quase sempre apresentados como seres do outro mundo – por serem pobres e índios, nada mais.
Voltando ao caso dos médicos que devem ser importados pelo governo, há um cheiro dessa mesma babaquice no ar. Parece óbvio que, por questões linguísticas, de proximidade territorial e de oportunidade profissional, a maioria dos doutores selecionados pelo governo vão vir da América Latina. Se viessem dos Estados Unidos, duvido que haveria tanta ojeriza.
Aliás, muito desse preconceito é importado da forma como os americanos tratam os latinos. Os brasileiros classe média veem os filmes gringos ridicularizando quem fala espanhol e se acha no direito de fazer a mesma coisa.
Talvez eles não se toquem que o Brasil não tem vocação, nem bala na agulha, para posar assim tão superior aos vizinhos. Xenofobia é uma das pragas da sociedade moderna e é realmente triste ver que ela consegue se espalhar até numa dos países mais multiculturais do planeta.
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