O apagão da semana passada ajuda a minar o acordo entre PT e PMDB em torno da candidatura a presidente da ministra Dilma Rousseff. Era o argumento que faltava para os peemedebistas dissidentes colocarem as manguinhas de fora.
O debate sobre a possível candidatura própria do partido terá Curitiba como palco, no próximo sábado. Segundo o diretório paranaense do PMDB, o evento contará com cerca de 15 presidentes estaduais da legenda.
Só há um problema entre a turma da revolta. Ela quer candidato, mas não tem candidato.
O único que tem se assanhado, acanhadamente, é o governador Roberto Requião. Mas por que ele não assume de vez que quer ser presidente?
Em entrevista recente à Gazeta do Povo, ele disse que não assume o interesse porque não “aperta parafuso sem rosca”. Ou seja, o PMDB precisaria primeiro decidir que quer candidato.
Só que o caminho é inverso. Requião é quem precisa se posicionar até porque é 110% improvável que ele chegue à candidatura carregado pelos braços do povo.
E tem algo ainda mais relevante. Requião não perde absolutamente nada se brigar pela indicação do PMDB – no máximo, ganha mais alguns desafetos em Brasília.
O único risco de comprar a briga pela disputa presidencial é Requião conseguir ainda mais votos para senador. Nesse caso, como diria o samba-enredo, sonhar realmente não custa nada.