Líder do PPS e uma das vozes mais ácidas da oposição na Câmara dos Deputados, Rubens Bueno faz os cálculos para se candidatar ao governo do Paraná em 2014. O parlamentar estuda como se encaixar como terceira via em uma disputa que já está polarizada entre o governador Beto Richa (PSDB) e a senadora Gleisi Hoffmann (PT). O trunfo é a possibilidade de uma dobradinha com o presidenciável Eduardo Campos (PSB); o obstáculo, uma provável candidatura de Roberto Requião (PMDB).
Às turras com a direção estadual peemedebista, que deseja uma aliança com os tucanos, Requião luta com dificuldades para conseguir se viabilizar. Tudo indica que a decisão do partido deve ficar para uma eleição interna embolada, na convenção de junho. O cenário atual é mais favorável a Richa, mas Requião é Requião – nos últimos 24 anos, nunca ficou fora de uma campanha sequer em que estivesse apto a concorrer pelo Palácio Iguaçu.
Com o senador na parada, seria bem mais difícil para Rubens se viabilizar. Sem ele, a situação muda de figura. Até agora, os pretendentes a correr por fora têm pouca densidade eleitoral – o empresário Joel Malucelli (PSD) e a deputada federal Rosane Ferreira (PV) nunca participaram de uma eleição majoritária.
Rubens tem bem mais rodagem. Ex-prefeito de Campo Mourão (1993-1997), já disputou duas vezes o governo do estado (2002 e 2006) e uma vez a prefeitura de Curitiba (2004). Além disso, acumula um mandato como deputado estadual e está no terceiro como federal.
Nas tentativas de ser governador, nunca superou 10% dos votos válidos. Em 2002, ficou em quinto lugar, com 7%. Em 2006, subiu para 8% e a quarta colocação.
Apesar de ter nascido e feito carreira no interior do Paraná, a performance mais interessante ocorreu quando ele concorreu a prefeito da capital. Com 20% dos votos, ele forçou um segundo turno entre Ângelo Vanhoni (PT) e Richa. Aliás, se tivesse disputado a eleição estadual em 2010, quando apoiou o tucano, e repetido os 8% de quatro anos antes, provavelmente também teria evitado que a parada fosse resolvida no primeiro turno.
Rubens sabe que uma candidatura em 2014 quebraria o galho de Eduardo Campos, que vai ter de passar pelo constrangimento de dividir o palanque de Richa com Aécio Neves (PSDB). Falta, contudo, arrumar mais gente que tope engrossar a coligação. Com apenas seis deputados federais, o PPS se transformou em um partido nanico, sem tempo de televisão.
Com o PSB local sob as asas dos tucanos, uma das soluções é buscar partidos que estão aparentemente “soltos”. Um deles seria o PSD de Malucelli, dono da terceira maior bancada da Câmara, com 45 parlamentares. Presidente estadual da legenda, o deputado federal Eduardo Sciarra tem ouvido propostas de todos os lados e parece disposto a aceitar um acordo, desde que seja escolhido como nome da chapa para o Senado.
Rubens está acostumado a fazer campanhas com poucos recursos e aliados. Por outro lado, tem conhecimento de que, apenas na valentia, o máximo que vai conseguir é fazer barulho. Aos 65 anos, ele parece não ter dúvidas de que quer ser candidato, só não quer mais ser figurante.
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