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O advogado do lobista Fernando Baiano, investigado pela operação Lava Jato que se entregou ontem à Polícia Federal, pôs o dedo na ferida na cultura do desvio de recursos públicos no Brasil.

“Pode pegar qualquer empreiteirinha e prefeitura do interior do país. Se não fizer acerto [com políticos], não coloca um paralelepípedo no chão”, declarou Mario Oliveira Filho, segundo reportagem de Guilherme Voitch para a Folha de S. Paulo.

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O advogado foi mais longe e disse que quem fecha os olhos para a prática do “acerto” é um desconhecedor da história do país. Seria estarrecedor, não fosse verdade.

Claro que as declarações têm uma clara intenção de colocar os empreiteiros como coitadinhos, sujeitos aos grandes vilões que são os políticos. Na prática, porém, as empresas teriam bala na agulha para endurecer o jogo e se negar a entrar na dança.

A questão é que o eleitor, por outro lado, também precisaria deixar de ser condescendente com os políticos corruptos. É um cenário que só muda se todo mundo andar para frente. Será que a pulverização da maior empresa pública do país será suficiente para que isso aconteça?