“O que se chama de baixo clero, eu chamo de maioria. E ninguém consegue ser eleito sem essa maioria.”
Uma versão repaginada de Severino Cavalvanti (PP-PE) está prontinha para disputar a presidência da Câmara dos Deputados. Ciro Nogueira (PP-PI), autor da frase acima, desponta como principal adversário de Michel Temer (PMDB-SP) nas eleições de fevereiro. Ele faz campanha há mais de um ano e tem a bênção do baixo clero.
Como já escrevi em um post anterior, Severino ainda é um dos ícones pops do Congresso. Nenhum dos colegas “clericais”, grupo que chega a quase 300 dos 513 deputados, ligou para a denúncia de cobrança de propina dos restaurantes da Câmara que derrubou o pernambucano. O que importa mesmo é que ele defendeu os interesses da classe, agiu como uma espécie de presidente de sindicato dos deputados.
Ciro representa a mesma linhagem de Severino, mas é indiscutivelmente mais refinado. Age bem nos bastidores, é solícito. Desta vez, uma vitória do PP não seria apenas uma bofetada na cara do governo como foi em 2005, mas um prêmio a uma estratégia de campanha muito bem azeitada.
Com seu cabelo cheio de gel, ar vampiresco e aristocrático, Temer já foi duas vezes presidente da Câmara, mas não tem o calor humano necessário para relacionar-se com os “clericais”. Aposta na força do PMDB e de seus 96 deputados, mais um suposto apoio do PT, para passar por cima de qualquer adversário. Seus correligionários acreditam piamente que Ciro ainda vai desistir da parada.
Ao que tudo indica, porém, não haverá desistência. E, além de Ciro, o paranaense Osmar Serraglio já disse que vai ser candidato avulso do PMDB. Como a oposição deve lançar um boi de piranha, como foi Gustavo Fruet (PSDB) no ano passado, a vitória de Temer não está garantida.
É toda a lambança que o Palácio do Planalto não precisa no período de crise que se avizinha.
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