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Sergio Moro pode negar o quanto quiser, mas o povo não desapega dele como candidato

Crédito: Henri Milléo (Foto: )

Seja você admirador ou crítico do juiz Sergio Moro, uma coisa não pode negar: ele nunca deu qualquer indício de que poderia abandonar a magistratura e entrar para a política. Pelo contrário, a cada nova entrevista, ele insistentemente reforça que está fora das eleições de 2018. A “paixonite” do eleitor pelo julgador da Lava Jato, contudo, não tem fim – e é de causar inveja entre nomes que não parecem tão empenhados assim em desmentir candidaturas.

Sondagem pela internet do instituto Paraná Pesquisas apresentou a 2.120 pessoas, entre 15 a 19 de novembro, uma lista com nomes de fora da política e perguntou qual deles teria mais chance de ganhar seus votos em 2018. Constavam dela, além de Moro, o apresentador Luciano Huck, o ex-ministro do STF Joaquim Barbosa, o procurador federal Deltan Dallagnol, o advogado Modesto Carvalhosa e a jornalista Valéria Monteiro.

Moro ficou disparado em primeiro, com 35,5% da preferência, seguido por “nenhum deles”, com 29,7%. Na sequência, Barbosa teve 11,1%, Huck 10,8%, Deltan, 6%, Carvalhosa, 2,1%, e Valéria, 0,3%. Embora não seja uma pesquisa específica de intenção de voto para presidente, Moro se mantém firme no ideário do brasileiro como “solução” para os problemas do país.

A mesma sondagem perguntou se os políticos que atualmente estão no poder representam, de fato, os interesses da sociedade brasileira. 81,9% disseram que não e apenas 4%, sim. Em outra questão, apenas 16,4% disseram que a possibilidade de votar num novato em 2018 é baixa ou muito baixa, contra 54,7% disseram que ela é alta ou muito alta.
Mais do que o desempenho de Moro, surpreende a porcentagem baixa de respostas favoráveis a Luciano Huck. O apresentador, numericamente, perde para outro magistrado, Joaquim Barbosa. Dentre os novatos, a população parece mais disposta a escolher alguém que tenha notoriamente pulso mais firme que o carisma de um apresentador de TV.

Desses dados todos, a dúvida que fica é se Moro conseguirá transferir esse “patrimônio eleitoral” de alguma forma em 2018. Não dá para imaginar que ele chancele um candidato ou grupo político, mas ele seguirá sendo, mais que Jair Bolsonaro, a melhor e mais eficiente imagem do anti-Lula.

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