Há semanas não se vê mais os protestos no formato “daqueles” que começaram contra o aumento da tarifa. As centrais sindicais até colocaram o time em campo há 13 dias, mas não empolgaram. Aconteceram também alguns espasmos no Rio de Janeiro, prejudicados por um radicalismo segmentado.
Será que algum dia “aquelas” manifestações vão voltar? Talvez elas tenham sido só um fenômeno temporal. Algo como a neve em Curitiba – depende de uma conjunção quase incrível de fatores para acontecer.
O mais provável, contudo, é um sinal de racionalidade. O exagero banaliza os protestos. Embora nunca tenha existido uma pauta unificada (a linha mestra sempre foi a precariedade dos serviços públicos em geral), é necessário um tempo entre o reivindicar e o receber.
As demandas foram feitas e agora ainda está no prazo de os políticos entregarem alguma coisa. Como e quando eles vão entregar é outra história. Como as pessoas vão qualificar a entrega é outra coisa ainda diferente.
Por isso a versão mais provável é que as manifestações só dão dando um tempo. O gigante está tirando uma soneca. Que pode virar sono profundo ou um despertar repentino, mais surpreendente que antes.
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