No início da gestão, Dilma Rousseff demitiu sete ministros envolvidos em suspeita de corrupção logo no primeiro ano de mandato. O episódio, que seria negativo em qualquer governo, foi transformado em algo que aumentou a popularidade da presidente. Nascia a “faxina” da Esplanada.
Dilma trocou o nome, mas não as estruturas de poder. Os partidos que indicaram os “faxinados” continuaram com assentos no primeiro escalão. Nesta semana, a presidente vai turbinar o modelo de loteamento, dando mais ministérios para o PMDB para salvar a própria pele no Congresso Nacional.
A propósito, vale lembrar como foi o troca-troca de de ministérios na Esplanada durante a faxina – e que todos os partidos envolvidos continuam dando as cartas por lá.
6/2011 Casa Civil Antonio Palocci (PT) Substituído por Gleisi Hoffmann (PT), virou alvo de suspeitas após seu patrimônio ter crescido 20 vezes entre 2006 e 2010. A pasta continua com um petista, Aloizio Mercadante.
7/2011 Transportes Alfredo Nascimento (PR) Foi demitido em meio a suspeitas de superfaturamento envolvendo servidores da pasta. Foi substituído por Paulo Passos (PR). O atual ministro ainda é do partido, Antonio Carlos Rodrigues.
8/2011 Agricultura Wagner Rossi (PMDB) Caiu após denúncias que um lobista tinha um escritório clandestino no ministério e de que teria pegado carona em um avião de um empresário ligado à pasta. Deu lugar a Mendes Ribeiro (PMDB). A atual ministra, Kátia Abreu, também é peemedebista.
Turismo Pedro Novais (PMDB) Acusado de usar o serviço de funcionários públicos para fins particulares, além de ter pedido ressarcimento das despesas em um motel. Foi substituído por Gastão Vieira (PMDB). Hoje a pasta é comandada pelo peemedebista Henrique Eduardo Alves.
10/2011 Esporte Orlando Silva (PCdoB) Demitido após denúncias de um suposto esquema de desvio de dinheiro público do ministério por meio de contrato com ONGs. Foi substituído por Aldo Rebelo (PCdoB). O ministério passou para o PRB e os comunistas foram realocados em Ciência e Tecnologia.
12/2011 Trabalho Carlos Lupi (PDT) Alvo de denúncias sobre um suposto esquema de cobrança de propina de ONGs contratadas pelo governo para a capacitação de trabalhadores, foi substituído por Brizola Neto (PDT). O pedetista Manoel Dias controla a pasta hoje.
2/2012 Cidades Mario Negromonte (PP) Alvo de denúncias de envolvimento com a aprovação de um documento forjado para mudar um projeto de transporte para a Copa do Mundo em Cuiabá. Foi substituído por Aguinaldo Ribeiro (PP). Hoje a pasta passou para o PSD e o PP foi para a Integração Nacional.