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O texto abaixo foi publicado na edição impressa de hoje da Gazeta do Povo, no caderno de Esportes:

Junho é época de seca no cerrado e nunca chove em Brasília. Pois caiu água no último dia 15, durante a estreia da Copa das Confederações. Havia algo de estranho no ar – e não era só o aumento repentino da umidade relativa.

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O estádio mais caro e possivelmente mais bonito preparado pelo país para o Mundial de 2014 é um liquidificador de emoções. Impossível entrar nele e não ficar de queixo caído com o tamanho da estrutura. Assim como não dá para não pensar automaticamente no R$ 1,2 bilhão (dizem que pode chegar a R$ 1,7 bilhão) em recursos públicos gastos com a obra.

Naquele Brasil e Japão, tudo ficou mais embaralhado com as vaias à presidente Dilma Rousseff, seguidas pela histeria com o golaço de Neymar logo aos cinco minutos do primeiro tempo. O Mané Garrincha transformava-se em um ícone das manifestações populares que se alastraram por mais de 400 cidades do país. Nem por isso deixou de ser um lugar impecável para o futebol.

A dúvida é: para qual futebol? O estádio recebeu apenas um jogo das Confederações. Terá mais sete da Copa do Mundo.

Daí em diante, e no meio das duas competições, só Deus sabe. Há gente sugerindo que Brasília seja a sede definitiva de um negócio chamado “Supercopa do Brasil”, um jogo anual entre o campeão da Copa do Brasil e do Brasileiro. Outros querem que a cidade receba jogos da Série A por determinação da CBF.

Tudo isso na marra. Mesmo que dê certo, não vai resolver o problema de ninguém, nem diminuir o mal-estar do gasto estrondoso com a obra. É como querer colocar um elefante (branco) dentro de uma gaiola.

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