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Manifestantes prometem acender hoje 10 mil velas na Praça dos Três Poderes em uma vigília pela renúncia do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O movimento “Saia às ruas” foi criado no mês passado por estudantes de Brasília após a briga entre Mendes e o ministro Joaquim Barbosa, há duas semanas.

“Somos um grupo apolítico que quer apenas cobrar o surgimento de uma nova luz no Poder Judiciário”, afirma um dos coordenadores do evento, João Francisco Araújo Maria. Mestrando em Ciência Política pela Universidade de Brasília, ele prevê que a adesão pode chegar a 4 mil pessoas.

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A primeira manifestação do grupo, no dia 23 de abril, teve pouco mais de 10 participantes. Eles colocaram uma faixa em que estava escrito “Miss Capanga” na estátua que simboliza a justiça na frente do STF.

Araújo Maria diz que o movimento cresceu nos últimos dias. O principal meio de expandir a discussão é o blog www.saiagilmar.blogspot.com, que chama o presidente do STF de “Gilmar Dantas”, em referência aos habeas-corpus concedidos pelo ministro ao banqueiro Daniel Dantas, investigado na operação Satiagraha.

“Dá para sentir que o cidadão comum está cada vez mais se interessando pelo tema. Ele pode até não saber o que é o STF, o Gilmar Mendes, mas sabe qual é o significado de um juiz que solta um banqueiro”, explica o estudante.

O protesto deve convergir com a saída dos ministros da corte. A pauta de julgamento de hoje contém 20 processos, a maioria deles relacionada a questões de Direito Tributário. Mendes e o STF não se manifestaram sobre a ação.

O reencontro entre Mendes e Joaquim Barbosa ocorreu na quinta-feira da semana passada, quando o tribunal derrubou todos os artigos da Lei de Imprensa. A discussão entre eles ocorreu durante a análise de uma Ação Direta de Inconstitucionalidade que trata da adesão de cartorários do Paraná ao regime de previdência social estadual, o ParanáPrevidência.

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Barbosa disse que o colega deveria “sair às ruas” e que as posições dele à frente do STF estavam “destruindo a credibilidade do Judiciário. Barbosa ainda afirmou que Mendes não deveria se dirigir a ele como um de seus “capangas do Mato Grosso”.