O bar, que caiu nas graças dos paulistanos, traz no extenso cardápio, além das massas feitas na hora, receitas inspiradas na cozinha do interior. “Minha culinária é aberta para todos os sabores e culturas, com toques de contemporâneo. Tem influência italiana, francesa, caipira e boêmia. Aqui a gente faz o que a gente gosta. Por isso, o bar é eclético, sem preconceito e democrático”, define a paulistana Janaína, que nasceu no Brás, morou na Mooca quando menina e na adolescência no Bixiga.
Para beliscar, croquetes de carne de panela ou croc milanesa são boas pedidas. O brasileiríssimo picadinho de filé, com arroz soltinho, feijão, farofa e ovo frito, é um dos pratos que mais sai. Outro é o stinco de leitoa caipira, com feijão tropeiro e couve refogada. Aos sábados, a feijoada é concorrida. É bom chegar cedo. O prato vem guarnecido de tartare de banana, salada de couve, maxixe, abóbora, carne de sol e costelinha de porco frita. Por conta da Copa, a casa passou a servir, desde 12 de março, feijoada também às quartas. Formada pela Associação Brasileira de Sommeliers (ABS), Janaína trabalhava na multinacional Pernod Ricard, como consultora de vinhos, quando conheceu Jefferson. Casados, ele foi o seu mentor e a ajudou na profissionalização de sua cozinha. “Por influência de minha mãe, que trabalhava nos extintos Hipopotamus e Gallery, em casa eu cozinhava para os amigos. Fazia um resgate da comida paulistana boêmia. Quando Jefferson e eu fomos morar juntos, ele passou a me ensinar os truques da culinária profissional. Elogiava minha comida e dizia que eu tinha talento e era intuitiva. Foram três anos cozinhando e aprendendo técnicas e bases da gastronomia”, explica a cozinheira.
A decisão de trabalhar no mesmo ramo do marido foi tomada para que o casal tivesse mais tempo em família. “Como chef, ele tinha horários diferenciados. E, após o nascimento do primeiro filho, resolvi pedir a conta do meu emprego e procurar um ponto comercial para ter um bar, que fosse despojado e oferecesse comida de alta qualidade.” Em abril de 2008, o casal realizou o sonho de abrir o Bar da Dona Onça.
Com capacidade para 80 lugares e decorado com painéis de fotos das grandes cidades boêmias, a casa recebe cerca de 10 mil pessoas mensalmente. Desta clientela, 30% são estrangeiros. “O Dona Onça hoje é a minha vida, a extensão de minha casa e meu alicerce.
ONDE: Avenida Ipiranga, 200 – Edifício Copan, lojas 27 e 29, Centro,São Paulo (SP) – (11) 3257-2016.