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Um Erick Jacquin mais informal

Muitos puderam provar, durante a 7.ª edição do Gastronomix, que ocorreu dias 6 e 7 de abril em Curiti­ba, o cassoulet com salmão cru marinado preparado por uma das estrelas do evento, o chef Erick Jacquin. Conhecido por sua franqueza e rigor profissional, confesso que esperava encontrar uma pessoa sisuda, mas Jacquin surpreendeu. E quem foi até a barraquinha do chef pôde conferir que, na verdade, o francês é simpático, e fez questão de servir ele mesmo seu prato.

Brunno Covello/Gazeta do Povo
Erick Jacquin participou da a 7.ª edição do Gastronomix, em Curitiba

Co-proprietário do La Brasserie – considerado nos últimos três anos o melhor francês de São Paulo – Jacquin há pouco mais de três meses abriu o Tartar & Co., especializado na iguaria francesa – o tartare, servido em diversas versões com carne de boi, salmão e atum. “O Tartar tem um estilo mais moderno e informal, temos um DJ à noite e a intenção é mostrar que o conceito francês poder ser bom, divertido, criativo e barato”, explica. E, Jacquin tem conseguido. O tartar caiu no gosto do paulistano!

Jacquin chegou ao Brasil em 1995, a convite do restaurateur Vincenzo Ondei, para comandar a cozinha do Le Coq, em São Paulo. Em Paris, deixou o cargo de chef de cuisine do Au Comte de Gascogne, quando acabara de ganhar sua primeira estrela do Michelin. O chef veio com passagens de ida e volta no bolso. Veio para passar apenas três anos, mas foi ficando, ficando… E Jacquin virou referência por fazer sua cozinha francesa aqui. Foi o primeiro cozinheiro da América Latina a receber o título de Maître Cuisinier de France, uma alta honraria da gastronomia.

Questionado sobre o que o fez permanecer no Brasil, ele responde: “Não sei. Às vezes eu me pergunto por que estou aqui. Quando estou na França, quero estar aqui. Quando estou aqui, quero estar lá. Até hoje não sei se fiz a coisa certa”. A certeza mesmo foi a da profissão que seguiria. Nascido na pequena cidade Dun Sur Auron, perto do Vale do Loire, Jacquin conta que desde criança queria ser cozinheiro. “Minha mãe cozinha muito bem. Acho que decidi ser cozinheiro por causa do aroma da comida dela. No domingo era uma festa. A família toda passava à tarde em volta da mesa. Acho que isso me fez ser o que eu sou. Hoje ela está com 84 anos e quando vou para casa na França, faço a comida dela.”

Se não fosse chef de cuisine, Jacquin surpreende mais uma vez e revela que queria ser dono de circo. “É igual a ter um restaurante, todo dia é um show diferente, um desafio. Adoro circo. Se puder, um dia compro um.”

Sobre a gastronomia brasileira, Jacquin afirma que hoje o brasileiro está mais focado em conceito. “Existem muitos restaurantes lindos, decorados, mas a comida e o serviço deixam a desejar. Antigamente não tinha isso. Íamos ao restaurante para comer!”

Serviço

La Brasserie. Rua Pedroso Alvarenga, 1.088, Itaim Bibi (SP) – (11) 3826 5409. Tartar & Co. Av. Pedroso de Morais, 1.003, Pinheiros (SP) – (11) 3031-1020.

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