DIRETO DE SÃO PETERSBURGO, RÚSSIA – Não é preciso se esforçar muito para encontrar torcedores brasileiros em São Petersburgo, palco da primeira semifinal da Copa do Mundo 2018, entre França e Bélgica, na próxima terça-feira (10), às 15h. Todos estão ‘órfãos’ de seleção: compraram o ingresso para o jogo decisivo na cidade confiantes em ver os comandados de Tite em campo, o que não vai acontecer.
O empresário Antônio Schmidt Neto, de Florianópolis, acompanhou o time brasileiro desde o segundo jogo da primeira fase, diante da Costa Rica. Ele passou pela mesma situação há oito anos, na Copa da África do Sul, em que o Brasil também parou nas quartas de final. Naquele ocasião, ele seguiu acompanhando o Mundial até a decisão. Na Rússia, já pretende se despedir.
“Eu vou tentar vender esse meu ingresso da semifinal. Se eu conseguir pelo mesmo preço que paguei, não vou ver o jogo”, conta. “O Brasil tinha futebol para ganhar a Copa. Não conseguiu porque achou que poderia resolver o jogo a qualquer momento”, opina o empresário.
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Alessandra dos Anjos, outra brasileira na cidade, passou da empolgação à decepção em poucas horas. Ela chegou à Rússia justamente para a partida das quartas de final em que o Brasil caiu diante da Bélgica. “Cheguei em Kazan no dia do jogo e fui do céu ao inferno”, brinca a gerente de planejamento. “Estava superempolgada, porque tenho os ingressos até a final. Mas agora é curtir a Rússia”, diz a paulista que torcerá pelo título da Inglaterra.
Os irmãos Gustavo e André Gutierrez, também de São Paulo, nem conseguiram ver o Brasil in loco no país do leste europeu. Eles compraram entradas só para a semifinal. Acompanharam a derrota brasileira na Fan Fest em São Petersburgo. “No nosso primeiro dia aqui na Rússia, veio a eliminação. A gente sabia que corria esse risco, mas a confiança estava lá no alto, ainda mais com alguns grandes já fora da Copa, como Alemanha e Espanha. O roteiro era pegar a França na semi e vingar 2006 e 1998, mas agora temos que seguir em frente”, fala Gustavo que só não quer ver os franceses com o caneco em 2018.
Também irmãos, Renato e Paula Lins, de Brasília, viram no estádio a vitória do Brasil contra o México, em Samara, nas oitavas de final. Depois, a tristeza no jogo seguinte. “A expectativa era muito grande, mas a gente percebia que as coisas estavam difíceis na Copa. Até jogou bem contra a Bélgica, mas não deu”, lamenta Renato. Sem a seleção brasileira na semi, ele torce para um jogão entre França e Bélgica. “Para mim é a final antecipada”, opina o médico.
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Apesar dos planos frustrados com a seleção na Rússia, todos os torcedores tem um objetivo em comum: ir ao Catar no Mundial de 2022. “Me propus a ir em todas as Copas até o resto da minha vida”, destaca Antônio Schmidt. “Quero ir também em 2022 com certeza, mas dessa vez não vou pegar os jogos desde a primeira fase para não ter risco”, projeta Alessandra.
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