DIRETO DE MOSCOU, NA RÚSSIA – Pense em uma comida de gente rica. O caviar é a primeira coisa que vem à cabeça de quase todas as pessoas. Mas na Rússia, a iguaria está no cotidiano da população. O país que sedia a Copa do Mundo de 2018 é o principal produtor do alimento no mundo. O caviar russo, preparado a partir das ovas do peixe esturjão, é considerado o melhor de todo o planeta.
Eu, André Pugliesi e Jonathan Campos – enviados especiais da Gazeta do Povo ao Mundial – nunca havíamos comido caviar, ou melhor, nem chegado perto. Estando aqui na Rússia, não dava para desperdiçar a oportunidade.
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O lugar escolhido para a experiência gastronômica foi o Café Pushkin, um dos restaurantes mais bem avaliados de Moscou. O lugar homenageia o poeta russo Alexandre Pushkin, tem uma decoração toda temática e clima luxuoso. E nós três de camiseta polo e bermuda (faz muito calor na cidade agora)…
Após quase uma hora de espera pela mesa, o encontro com o caviar. Fomos apresentados a quatro tipos: caviar de salmão, caviar vendace (um “primo” do salmão), caviar do peixe esturjão e o famoso caviar do esturjão-beluga. Essa sequência vai do mais barato e comum para o mais caro e raro. Um mix de caviares num restaurante como o Pushkin pode custar quase R$ 600.
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O caviar de salmão é o do dia a dia dos russos. Por R$ 15, você compra 100 gramas dele. Está nas festas de fim de ano e até mesmo no café da manhã (come-se com mini panquecas e smetana, uma espécia de sour cream extremamente popular na Rússia).
Já a mesma quantidade de caviar preto, do esturjão-beluga, tem preço médio de R$ 250. É o verdadeiro ouro negro. Esse peixe é encontrado no Mar Cáspio e se reproduz só a partir dos 18 anos. Depois, só a cada cinco ou seis anos, o que aumenta a raridade do caviar vindo dele. De um único animal, podem sair mais de sete quilos da iguaria.
Mas qual o sabor?
Experimentamos o caviar puro e também junto com mini panquecas e smetana (um tipo de sour cream extremamente popular na Rússia).
O caviar de salmão e o vendace são mais salgados e você sente um gosto mais comum de peixe mesmo. Os caviares escuros são realmente bem melhores. E, como era de se esperar, o caviar do esturjão-beluga é o mais saboroso, mais suave. Como bem disse o André durante a nossa janta, o ‘ouro negro’ tem realmente um gosto menos convencional e passa aquela impressão de estar comendo algo especial.
Sendo sincero, nenhum de nós três ficou superencantado com o caviar a ponto de sair do restaurante e já querer ir no mercado comprar um pouco para o café da manhã do dia seguinte. Ainda sou mais o estrogonofe, outra especialidade daqui. Mas valeu muito a experiência de desfrutar um prato tão valorizado e que faz parte da cultura dos russos.
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