DIRETO DE MOSCOU, RÚSSIA – Encravado na Praça Vermelha, o shopping GUM é uma das principais atrações para os turistas na Copa do Mundo 2018 e a maior representação da transformação da Rússia ao longo das últimas décadas. De uma loja de departamento estatal, com preços acessíveis e padronizados, da antiga União Soviética, a imensa construção de teto envidraçado virou o centro capitalista mais caro do mundo.
As maiores grifes do planeta têm suas lojas no GUM, uma sigla para algo como “principal loja universal”. Tais como Tiffany, Gucci, Dior, Cartier, entre várias outras. São vizinhas do legado da revolução russa, de frente para o Kremlin, a muralha vermelha sede histórica do poder local e residência do presidente Vladimir Putin, e o mausoléu de Lenin, o principal líder comunista, morto em 1924.
Do período de União Soviética quase nada restou no GUM. Como é de se esperar, as lojas praticam preços inacessíveis, em parte pela alta taxa de impostos para produtos importados. Há, entretanto, uma lembrança dos velhos tempos: muito disputado, com imensas filas, e ao preço de R$ 5 (100 rublos), uma bola de sorvete, só com ingredientes naturais e servida numa casquinha pequena, é tradição desde 1941.
O sorvetinho “econômico”, entretanto, é a metade do preço cobrado para, simplesmente, ir ao banheiro no shopping. Anunciado como “histórico”, o sanitário do GUM é recheado de peças de mármore, música ambiente, poltronas, toalhinhas exclusivas e, para quem estiver apertado, impõe R$ 12 (200 rublos) para o acesso. Lá dentro, a sensação é de estar num castelo dos antigos czares da Rússia.