Na boa vitória do Brasil sobre a Sérvia por 2 a 0, Gabriel Jesus ficou abaixo da média. Apareceu duas vezes em impedimento e só finalizou uma vez. O chute a gol solitário veio em um lance em que o camisa 9 optou por dar um corte a mais ao invés de arrematar direto depois de receber um belo lançamento de Neymar. A fase do centroavante não é das melhores e seu concorrente, Roberto Firmino, está pedindo passagem na equipe titular.
Jesus sabe disso e reconhece a pressão para balançar a rede, o que ainda não conseguiu no Mundial 2018. “Eu sempre quero marcar gols. Eu sendo centroavante do Brasil em uma Copa, tenho que fazer gols. Isso vai ser questionado. É normal”, disse após o duelo com os sérvios.
O ex-palmeirense, ao lado de Neymar, é o artilheiro da seleção na era Tite com dez gols. Esse histórico pesou para o técnico mantê-lo como titular para o início da Copa. No entanto, é inegável a melhor fase de Firmino.
O jogador do Liverpool vem de uma temporada espetacular no clube inglês. Na Premier League, o campeonato de maior nível no futebol mundial, o Manchester City de Jesus foi o campeão, mas os números individuais de Firmino foram melhores: 15 gols e sete assistências contra 13 gols e três assistências de Gabriel que não é titular absoluto no time de Pep Guardiola.
O que mais impressionou, porém, foi o rendimento do alagoano na Liga dos Campeões em que o Liverpool foi vice-campeão. No torneio de maior prestígio do mundo, ele foi o jogador mais decisivo em lances de gols (acima de Cristiano Ronaldo e Salah): foram dez bolas na rede e sete passes para gol em 13 jogos. Gabriel Jesus passou em branco na competição.
Tite também sabe de tudo isso e admite que está difícil deixar Firmino no banco de reservas. “Umas das coisas que mais me dói é deixar atletas de qualidade de fora. O Firmino está jogando muito e não tive a oportunidade de colocá-lo em campo [contra a Sérvia]. Mas ele tem a compreensão do valor dele”, declarou o treinador.
A dúvida é se o técnico dará mais tempo de tolerância a Gabriel Jesus nas oitavas de final, contra o México, ou troca o centrovante desde o início. Pela tão falada meritocracia, é a vez de Firmino estar entre os onze titulares.