Uma marmelada da então Alemanha Ocidental contra a Áustria na Copa do Mundo de 1982 foi o estopim para a Fifa estabelecer em seu regulamento que os últimos jogos da fase de grupos da disputa fossem jogados simultaneamente.
Regra que, na Copa do Mundo de 2018, na Rússia, passou a valer nesta segunda-feira (25), nas partidas dos grupos A e B da competição. Às 11h, o Uruguai venceu a Rússia e a Arábia Saudita bateu o Egito, enquanto às 15h, a Espanha empatou com Marrocos e Portugal empatou com o Irã.
Voltemos no tempo. No Mundial de 82, na Espanha, Alemanha Ocidental, Áustria, Argélia e Chile compunham o grupo 2. Estreante em Copas, a Argélia bateu a bicampeã Alemanha por 2 a 1, entrando para a história como a primeira vitória de uma seleção africana na disputa.
Ironicamente, o feito argelino teria influência direta no acontecimento lamentável que o sucedeu – e que acabou por mudar para sempre o regulamente do Mundial.
O duelo entre Alemanha Ocidental e Áustria, na rodada final, aconteceu um dia depois da vitória da Argélia por 3 a 2 sobre o Chile, também pela última rodada, mas no dia anterior. Com isso, pelas circunstâncias da chave, uma vitória por um ou dois gols a favor dos alemães classificaria tanto a Alemanha, como também a Áustria, tirando a Argélia de cena.
Foi então que o dia 25 de junho de 1982 entrou para a história como o “Jogo da Vergonha” ou “Vergonha de Gijón”. Alemanha Ocidental e Áustria entraram em campo dispostas a fazer um placar bom para ambas. Logo aos dez minutos, Hrubesch marcou para os alemães.
O que se viu em seguida, entretanto, foram 80 minutos de países trocando passes de lado, dispostos a manter o placar que os classificaria e eliminaria a Argélia. Quem recebia a bola, não recebia marcação, mas também não tentava avançar.
A torcida no estádio El Molinón, em Gijón, começou a se revoltar e gritar “Fuera, Fuera” e “Que se beijem”, enquanto as duas equipes europeias eram vaiadas. Não apenas os espanhóis se indignaram. Um torcedor alemão, envergonhado, queimou a bandeira alemã, em protesto. Cantos de “Argélia, Argélia”, ecoavam na praça esportiva.
Satisfeitos com a passagem de fase, alemães e austríacos pouco se importaram, comemorando a classificação de ambas as seleções após o apito final. A Vergonha de Gijón marcou negativamente a história das copas e alterou para sempre o regulamento da disputa.
Argentina x Peru
Marcada pelo famoso “Jogo da Vergonha”, a Copa de 1982 foi a primeira com 24 seleções. O polêmico Mundial anterior, disputado em 1978 na Argentina, teve formato diferente, contando com 16 concorrentes. Após a fase inicial de grupos, oito classificados se dividiam em duas novas chaves, com quatro equipes em cada.
É nesta segunda fase que o escândalo da partida entre Argentina e Peru acontece. Um dos grupos das finais tinha Brasil, Argentina, Peru e Polônia. Na rodada decisiva, aconteceria Brasil x Polônia e Argentina x Peru. Os donos de casa entraram em campo após o jogo do Brasil, que tinha vencido os poloneses por 3 a 1, terminar.
Sabendo do placar necessário para prosseguir (e contando com a contribuição dos adversário) a Argentina fez 6 a 0 sobre o Peru em jogo suspeito – os peruanos entraram em campo já eliminados – eliminou o Brasil no saldo de gols e avançou para a final. Apesar disso, foi apenas após o jogo entre Alemanha Ocidental e Áustria, na Copa seguinte, que a Fifa alterou o regulamento da disputa permanentemente.
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