DIRETO DE KAZAN, RÚSSIA – Antes do início da Copa de 2018, a CBF deixou clara a intenção de renovar o contrato do técnico Tite – válido até 31 de julho – por mais quatro anos, até o Mundial de 2022, no Catar. A eliminação do Brasil nas quartas de final, diante da Bélgica, nesta sexta-feira (6), deixa a negociação em suspense.
Na coletiva após a partida, Tite não quis comentar o assunto. Se esquivou de duas perguntas relacionados ao seu futuro. Mas há disposição do gaúcho em permanecer no comando da seleção brasileira, assim como da comissão técnica dele. Da mesma forma, a CBF quer mantê-lo no cargo, mesmo após o revés. Entretanto, resta definir detalhes e confirmar as intenções.
“Não vou falar nada sobre futuro. É inapropriado. Momento de emoção. Todo voltado para situação do jogo, não tenho condições de responder”, declarou Tite, logo na primeira questão no encontro com a imprensa.
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O trabalho do treinador gaúcho à frente da seleção agrada a cúpula da CBF, principalmente Rogério Caboclo, atual diretor-executivo e futuro presidente da entidade. Ele assume o cargo máximo efetivamente só em abril de 2019, mas já lidera a tomada de decisões da confederação, incluindo a permanência ou não de Tite.
“Sempre houve ótima relação com o [Marco Polo] Del Nero e com o Rogério [Caboclo]. Eles sempre falaram da renovação independentemente dos resultados. Isso está muito claro para o Tite e para todos”, declarou antes do Mundial da Rússia o empresário do treinador, Gilmar Veloz, em entrevista ao Globoesporte.com.
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Segundo Veloz, a CBF procurou Tite duas vezes: no fim de 2017 e em maio deste ano, às vésperas da apresentação do elenco na Granja Comary. No entanto, nada foi definido.
A derrota para a Bélgica foi a primeira de Tite na seleção em jogos oficiais. Ele havia tido apenas um revés em um amistoso diante de Argentina, em junho de 2017. Ao todo, o aproveitamento do técnico na equipe nacional é de 82% com 20 vitórias, quatro empates e duas derrotas.
A eliminação de 2018 – diante de uma seleção considerada de primeiro escalão – não é tão traumática quanto a das três últimas Copas. Por outro lado, havia a expectativa de a seleção, no mínimo, repetir na Rússia a campanha do Mundial de 2014, quando chegou à semifinal.
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Até porque, Tite ganhou carta branca da entidade desde que assumiu o comando da seleção, em junho de 2016. A começar pela escolha de sua comissão, formada por vários profissionais que já trabalhavam com o gaúcho como Edu Gaspar (coordenador técnico), Cleber Xavier, Sylvinho e Matheus Bachi (auxiliares), Fernando Lázaro (analista de desempenho), entre outros.
Toda a equipe técnica da gestão Tite, aliás, totalizou 41 pessoas para a Copa de 2018, um recorde absoluto. Felipão, em 2014, tinha metade disso.
Não houve nenhuma restrição da CBF em relação às várias viagens da comissão para acompanhar de perto os atletas brasileiros que atuam na Europa. Além disso, toda logística de preparação para disputa na Rússia, incluindo a escolha da base em Sochi com a presença liberada de amigos e familiares, foi definida pela comissão sem interferência da diretoria da entidade.
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“Tudo que a gente pediu, nós recebemos. Tivemos todo o apoio, todo o esforço deles. Só temos a agradecer”, reconheceu o empresário de Tite.
Na história da seleção, apenas Zagallo – entre 1970 e 1974 – emendou dois Mundiais seguidos no comando técnico. Telê Santana foi o treinador nas Copas de 1982 e 1986, mas o trabalho não foi contínuo. A seleção teve outros três comandantes entre uma passagem e outra dele.
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