DIRETO DE MOSCOU, RÚSSIA – Só o futebol permite histórias como a que eu pude presenciar neste domingo (1º), no Estádio Luzhniki, em Moscou. E se a passagem acontece em Copa do Mundo, o maior palco do esporte, como foi o caso, então todos os exageros são plenamente justificáveis.
A seleção russa chegou para o Mundial, dentro da própria casa, como um grupo de vira-latas. Os torcedores locais não davam a menor bola e a equipe era motivo de piada nas tevês russas. Menos de 20 dias depois, os jogadores são tratados como verdadeiros heróis de uma pátria acostumada a venerar seus guerreiros.
O conto de fada, ou a épica batalha russa, ou ainda a surpreendente novela — gênero que eles adoram, especialmente as tramas brasileiras — começou com uma apoteótica goleada no jogo de estreia, 5 a 0 sobre a Arábia Saudita. Prosseguiu nos 3 a 1 sobre o Egito, que garantiu a vaga antecipada nas oitavas.
E quando o revés por 3 a 0 para o Uruguai parecia ter devolvido os russos ao mundo real, e um triunfo diante da poderosa Espanha só viria acompanhado de um milagre, a “intervenção divina” se fez diante dos olhos de mais de 78 mil pessoas vidradas nas arquibancadas. Empate por 1 a 1 no tempo normal, vitória nos pênaltis por 4 a 3.
Foi o técnico Stanislav Cherchesov, uma espécie de Felipão russo, quem profetizou: “Há um ditado russo que diz: ‘qualquer um pode ser Deus se tentar'”. Uma investida emocional para livrar seus comandados, já com o sentimento de dever cumprido, de qualquer pressão contra os espanhóis.
Eis que os russos tentaram ser deuses e conseguiram. Contaram com o apoio de seu torcedor, que eletrizou a atmosfera do palco de abertura e da decisão da Copa do Mundo. A cada despachada de bola da defesa, ou tentativa do ataque, o grito da galera era ensurdecedor.
Os donos da casa já superaram o que ninguém foi capaz de imaginar. De vira-latas, agora são criaturas divinas. O problema é que para os deuses do futebol tudo é possível. Chegar ainda mais longe, à uma semifinal de Copa, ou mesmo fracassar de forma retumbante.
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