DIRETO DE MOSCOU, RÚSSIA – A Copa do Mundo 2018 é o torneio do VAR. Utilizado pela primeira vez no Mundial, o árbitro de vídeo suscitou discussões ao longo de toda a primeira fase e o gesto dos apitadores com as mãos, desenhando no ar uma tela de televisão, já entrou para o repertório dos torcedores de futebol.
Ao longo dos 48 jogos da fase classificatória, o balanço da Fifa apontou a utilização do VAR (sigla para Video Assistant Referee) em 17 revisões de jogadas e 335 checagens (a maioria são as “checagens silenciosas”, que não aparecem para o público). Na média, o árbitro de vídeo interferiu em 35,7% dos jogos.
LEIA MAIS: Como ficariam as oitavas de final sem árbitro de vídeo (VAR)? Totalmente diferente!
Curiosamente, o VAR “sumiu” das partidas decisivas do Mundial. Dos quatorze jogos eliminatórios, somente em um deles o sistema interferiu aos olhos do público. Num pênalti marcado que foi revisado para falta fora da área no triunfo da Suécia sobre a Suíça (1 a 0), nas oitavas. Ou seja, o VAR teve uma revisão em apenas 7% dos duelos.
Segundo o ex-árbitro Sálvio Spínola, comentarista da ESPN Brasil, a notória diminuição do uso do VAR no mata-mata da Copa foi uma orientação da Fifa. “Na verdade, na primeira fase foi usado em excesso. O lema do VAR é: mínima interferência e máximo benefício”, explica. “Utilizar o VAR três vezes em um jogo é exagero, é para corrigir erros claros e não lances interpretativos. Houve um debate com os árbitros na Rússia sobre o excesso do uso do árbitro de vídeo. Não é para se utilizar a todo momento”, complementa.
Em artigo escrito para o Estado de São Paulo, publicado na última quarta-feira (11), Gianni Infantino, presidente da Fifa, comemorou a utilização do recurso: “Confesso: testemunhar o nascimento dessa atitude me enche de orgulho da equipe que, ao longo de dois anos, testou e refinou a aplicação do VAR mundo afora”.
E embora não tenha aparecido em nenhuma revisão direta nos jogos, o VAR continuou sendo requisitado pelos jogadores e torcedores. Num dos lances polêmicos, suposto pênalti em Gabriel Jesus em Brasil e Bélgica, vitória belga por 2 a 1, o árbitro sérvio Milorad Mazic ouviu o recurso eletrônico e nada marcou.
LEIA MAIS: Veja os palpites para a final e disputa do 3º lugar da Copa 2018
LEIA MAIS: Ingleses e croatas ignoram ‘padrão Fifa’ das arenas e semi ganha clima de ‘clássico’
Em duas entrevistas coletivas em Moscou, uma antes do torneio, outra ao término da fase inicial, o Comitê de Arbitragem da Fifa ressaltou que o objetivo do VAR não é eliminar os erros. Mas, minimizar ao máximo. Na conta da entidade, os 48 confrontos iniciais tiveram 99,3% de decisões acertadas do trio de árbitros.
“O que é perfeito nessa vida? Eu? Não. Vocês? Também não. Os árbitros e os jogadores são humanos, podem cometer erros”, comentou Massimo Busacca, membro da Comitê de Arbitragem da Fifa, quando do balanço da Fifa ao fim dos duelos classificatórios.
>>Mercado da bola: quem chegou e saiu do seu clube durante a Copa do Mundo 2018
>> Atlético-PR divulga carta em defesa do ídolo Fernandinho
>> Copa do Mundo 2018 faz disparar casos de assédio sexual na Rússia
>> 10 jogadores da Copa que poderiam reforçar seu clube no Brasileirão
>> Publicitário cria alfabeto inspirado em quedas de Neymar
>> A seleção da Bélgica é como Legião Urbana e Raul Seixas: o problema são os fãs
>> Videogame antecipou eliminação do Brasil para Bélgica e aponta França campeã
>> Supere a tristeza deixada pela seleção, esse time não merece
>> Canarinho Pistola, Psicopata do Hexa, Galvão em chamas, o que vai deixar saudade da Copa
>> Galvão Bueno diz que Copa do Mundo não resolveria problemas do país