Virou uma questão diplomática: a embaixada da Rússia, na Argentina, repudiou o comportamento de um cidadão argentino que acompanha a Copa do Mundo 2018 e que gravou e postou um vídeo em que, aproveitando da disparidade idiomática, induziu uma jovem russa a falar bobagens – a exemplo de muitos brasileiros já denunciados pelo mesmo comportamento.
Fernando Penovi, 47 anos, perdeu o seu Fan ID (identidade de torcedor) e está proibido de entrar nos estádios. A direção de segurança adotou a sanção, justamente a pedido do governo argentino.
“A embaixada russa na Argentina está profundamente indignada com o absurdo e ofensivo absurdo cometido, de acordo com a informação divulgada nas redes sociais, por um dos turistas estrangeiros supostamente da República Argentina”, disse a representação diplomática através de um comunicado à imprensa.
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A embaixada também exigiu um pedido de desculpas da pessoa responsável pela ofensa. “Esperamos que essa pessoa tenha a coragem de apresentar suas devidas desculpas publicamente”.
O vídeo em questão traz um homem de cerca de 50 anos ao lado de uma adolescente de aproximadamente 15 anos na entrada de um comércio na Rússia. Ele então convida a jovem a repetir suas palavras em espanhol. “Olá, argentinos. Venha aqui. Eu quero chupar… “, faz ela dizer.
A divulgação desse vídeo já gerou um alerta da embaixada da Argentina na Rússia. “Esta representação considera que respeito, tolerância e educação são valores universais e, portanto, rejeita o uso de diferenças linguísticas para desrespeitar nossos anfitriões na Federação Russa”.
Tais episódios têm sido comum no país sede da Copa.
Os casos de assédio na Rússia durante a Copa do Mundo são frequentes. O crime que ganhou maior repercussão foi realizado por grupo de brasileiros – entre eles um policial militar – que usaram uma mulher russa para falar em português termos de baixo calão.
O PM é lotado em Lages, Santa Catarina, e a corporação promete abrir um processo administrativo para punir o servidor. Outro envolvido no caso, foi demitido nesta terça (20) pela Latam, após a repercussão negativa do caso.
No sábado (16), um outro vídeo postado nas redes sociais por um grupo de brasileiros que estão na Rússia para acompanhar o Mundial 2018 também causou grande repercussão. Nas imagens, ao menos cinco homens tentam convencer uma mulher russa a gritar uma referência constrangedora a ela própria.
Desde o início da Copa, policiais do país conhecidos pela atitude linha-dura vêm fazendo vista grossa para flagrantes violações da lei, como beber em público, por exemplo, e qualquer repreensão mais enérgica dos torcedores poderia ir na contramão de interesses do governo de criar um clima de paz com os estrangeiros durante o evento.
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