Quem diria que dominar o próprio idioma seria um conselho necessário a se dar! Há certo tempo, o domínio de uma língua estrangeira era um diferencial importante entre os candidatos a uma vaga de emprego. Hoje, se alguém me perguntasse qual habilidade desenvolver para se tornar um profissional com maior “empregabilidade” e credibilidade, eu diria, entre outras coisas: não descuide do português!
Pode ser uma impressão equivocada, mas parece que há atualmente maior volume de erros, alguns deles imperdoáveis como a confusão entre “mas” e “mais”, que passei a perceber recentemente, e o uso do “sobre” no lugar do “sob”, em expressões como sob pressão, sob controle, sob seu comando, etc. Esse equívoco é tão frequente que chego a ficar admirada quando ouço o uso correto.
Acho que a baixa qualidade dos textos produzidos atualmente se deve em parte ao fato de que, num universo tão grande de competências a desenvolver para se tornar um profissional disputado no mercado, as pessoas não consideram o peso do uso correto da língua para a conquista de boas posições na carreira como um requisito importante para o exercício da profissão. Porém, a comunicação correta acaba formando a imagem do profissional e da empresa. Se ela for mal redigida pode comprometer uma contratação ou uma seleção de um fornecedor. Além disso, a comunicação corporativa precisa ser precisa, coerente, objetiva e eficaz para se atingir a necessária exatidão de sentido.
Há quem credite as dificuldades com a própria língua à deterioração da qualidade do ensino, outros à falta de gosto dos jovens pela leitura. Para quem já chegou ao mercado de trabalho, não importa a causa e sim o fato de que a solução está sob seu controle, assim como também está a sua credibilidade como profissional ao empregar bem sua própria língua. Por isso, sugiro rever pontos importantes ou mesmo estudar, por que não?
Afirmam os especialistas que para escrever de forma correta, ler com frequência é imprescindível, pois a leitura de boa qualidade oferece modelos a serem seguidos na fala e na escrita. Acredito que, além de ler, é útil também questionar a própria forma de escrever ou pronunciar as palavras. Esse é um hábito que desenvolvi ainda na infância. Quando leio ou ouço alguém falar uma palavra que difere do uso que faço ou do que acredito ser a forma correta, apelo para o “pai dos burros” a fim de tirar a dúvida. Por isso o dicionário é um dos livros mais “ensebados” lá de casa, embora atualmente use mais a versão online. Assim, fui gravando a forma correta de escrever, embora ainda cometa erros. Uma dose de curiosidade sobre o significado das palavras também ajuda a enriquecer o vocabulário e tornar o texto mais atrativo ao leitor. Enfim, escrever com arte é para poucos, mas escrever corretamente é para todos!
A Autora atua na área de RH do Marins Bertoldi Advogados Associados.
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