Quem está ativo em pelo menos 1 das maiores redes sociais após a final da copa deve ter visto várias publicações tirando lições para o mundo dos negócios sobre o fracasso de Mbappe e a superação de Messi e da Argentina.
Mas afinal de contas, a final da copa realmente nos faz aprender algo útil para o mundo dos negócios? Indo mais fundo ainda: por que será que esse tipo de conteúdo dá tão certo?
Quando falamos de aprendizado no mundo dos negócios, principalmente para quem trabalha com marketing e vendas, as técnicas, métodos e rotinas para desenvolver pessoas são infinitas: roleplay, universidade corporativa, leitura de livros, cursos online, mas por que acabamos buscando inspirações no futebol para o mundo dos negócios?
Não falta conhecimento corporativo mas cada vez mais o desafio da aprendizagem atualmente não está em aprender e sim em saber o que esquecer. Ocupar a cabeça com conhecimento é um desafio.
Em um mundo com Youtube, Google e com tantas empresas investindo minimamente em plataformas de conhecimento próprio, talvez diante de tanta informação seja mais prático enviar uma mensagem para um colega do lado. Duvida?
Um estudo da Degreed pesquisou o uso de práticas de universidades corporativas em diversas empresas. Para mais de 50% dos profissionais entrevistados seus pares ou chefes são a principal fonte de conhecimento durante o trabalho.
Motivar os gestores a desenvolver seus times de forma estruturada também é um desafio.
Treinamentos ministrados por professores e profissionais de fora da empresa são normalmente muito mais valorizados do que treinamentos internos. Outro desafio é parar a rotina com metas a serem alcançadas para fazer sessões de treinamento, o que influencia na agenda de compromissos, cumprimento de metas e etc.
As soluções? Ainda estão sendo criadas. LG e McDonald 's fizeram as primeiras universidades corporativas no final dos anos 50 e até hoje muitas empresas estudam como melhorar as "universidades corporativas".
O que se tem testado é ter maior uso de prática, fóruns, salas de aula digitais e físicas que ajudem os próprios profissionais a dar feedbacks mais sinceros para seus pares. Evitar um ambiente de medo e estimular o aprendizado sem preocupações hierárquicas.
Foco maior em medir o engajamento e aplicação do conhecimento e dar menos atenção a provas tradicionais ou responder quizzes com notas tem sido também uma mudança ao avaliar a aprendizagem.
Messi e Mbappe tem tanta coisa assim para nos ensinar ou achar uma forma melhor de fazer com que a pergunta para o colega do lado se torne um processo estruturado vai trazer aprendizados mais relevantes para o mundo dos negócios?
*Thiago Muniz é CEO da Receita Previsível e professor da Fundação Getúlio Vargas há quase 10 anos falando nos MBAs de marketing, marketing digital e gestão comercial.
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