916 presos políticos seguem esquecidos na Papuda e na Colmeia, presídios de Brasília que costumavam aparecer no noticiário por causa de "hóspedes" famosos: os políticos corruptos condenados no Mensalão e Petrolão, que já voltaram à liberdade e, inclusive, à cena do crime.
Alguns poucos veículos de imprensa e jornalistas têm falado desta que deveria ser a principal notícia desde o dia 9 de janeiro. O Brasil tem centenas de pessoas que não cometeram crime algum, mas estão presas, injustamente, acusadas do que outros fizeram: vandalismo e depredação de prédios públicos.
Estado de exceção, tirania, ditadura, muitas definições encaixam-se aqui, menos a de democracia. E pouco importa se agora tentam classificar a invasão do Congresso, STF e Palácio do Planalto como terrorismo ou atentado contra o Estado Democrático de Direito. A maior parte dos presos a que me refiro sequer estava na Praça dos Três Poderes no dia da baderna.
Entre esses presos políticos há senhoras e senhores prestes a completar 70 anos, assim como jovens que mal saíram da adolescência. E centenas na faixa etária dos 30 aos 60, que costuma acompanhar a política com atenção. Em comum, a ficha limpa, sem antecedentes criminais; o patriotismo latente e o incoformismo com a falta de transparência do sistema eleitoral brasileiro.
O grande "crime" dessas pessoas foi ter participado de manifestações pacíficas e/ou acampar em frente ao quartel do Exército de Brasília, achando que os militares ajudariam a esclarecer o que ocorreu nas eleições de 2022, marcadas por todo tipo de denúncias não esclarecidas.
Faltam provas contra os presos políticos
Por mais que os extremistas de esquerda, agora fantasiados de defensores da democracia, espalhem fake news sobre os presos políticos de Brasília, não há provas de que aquelas pessoas tenham participado dos atos de vandalismo no Congresso Nacional, STF e Palácio do Planalto em 8 de janeiro.
Foram presas no dia seguinte, a quilômetros de distância, apenas porque usavam camisas com as cores da bandeira e estavam no acampamento em frente ao QG do Exército de onde teria saído parte dos manifestantes que invadiram e depredaram as sedes dos Três Poderes em 8 de janeiro.
São 916 pessoas presas sem provas, à revelia da lei, sem acusação formal, sem o devido processo legal, sem condenação, sem o tão falado trânsito em julgado (artimanha jurídica que, aliás, justifica a liberdade de tantos bandidos perigosos já condenados em 1ª e 2ª instância).
Tão revoltante quanto as prisões ilegais e arbitrárias é ver que tudo isso está ocorrendo sem que a imprensa, em geral, cobre as autoridades, exija explicações. Ao contrário, há é celebração das prisões e da sanha persecutória de Flávio Dino, o ministro da Justiça que pode ficar marcado por compactuar e até ajudar a promover injustiças.
Direitos humanos, só para os bandidos de verdade
Os representantes das ONGs e Conselhos de Direitos Humanos, normalmente ágeis para gritar contra prisões de bandidos flagrados comentendo crimes, também estão calados. Chega a assustar o silêncio.
De minha parte, recuso-me a fingir que tudo isso é normal. Sei que vão aparecer comentários raivosos e agressivos de adeptos da tirania da toga e da polícia do pensamento. São pessoas sem a empatia que tanto exigem dos outros e já contaminadas pelas narrativas de golpismo, terrorismo e outros "ismos" mais, espalhadas pelos lulistas.
No vídeo, que você pode assistir clicando no play da imagem no topo da página, trago algumas informações que levantei na minha primeira entrevista do ano para a coluna. Não podemos perder de vista a verdade.
A entrevista foi com um dos muitos advogados que estão defendendo essas vítimas da tirania brasileira. Claúdio Caivano conta o que de fato aconteceu com as mais de 1400 pessoas retiradas do QG do Exército em Brasília dia 9 de janeiro, mediante a mentira de que seriam levadas para local mais seguro. Muitas já foram liberadas, mas ainda há 916 presos políticos em Brasília.
Já se vão 40 dias de injustiça e desumanidade. No vídeo, falo o que poucos estão dizendo e precisa ser dito. Desabafo, também, em nome de todos que não se conformam com o estado de exceção instalado no Brasil e recusam-se a fingir que há normalidade no país.
Será que esses presos políticos, um dia, receberão indenizações como as que os ex-guerrilheiros Dilma, Gabeira, José Dirceu e tantos outros recebem até hoje? Há comparação possível entre quem assaltou banco, sequestrou embaixador americano, pegou em armas, e os manifestantes patriotas de hoje, presos sem provas de prática de crimes?
Não podemos deixar o caso dos 916 presos politicos de Brasília cair no esquecimento. Assista ao vídeo, deixe seu comentário, contribua para o debate. E cobre os seus representantes para que não se calem, que exijam investigação, liberação dos inocentes e prisão dos verdadeiros culpados.
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