Alfabetização virou prioridade no Brasil há pouco mais de três anos. Opositores do presidente Bolsonaro alardeiam que a área de Educação foi esquecida pelo atual governo, mas omitem o fato de que, pela primeira vez, o Brasil tem uma Secretaria Nacional de Alfabetização, com foco exclusivo em melhorar políticas para a base do ensino.
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Criada já nos primeiros dias do atual governo, em janeiro de 2019, a Secretaria de Alfabetização não ganhou o devido destaque. Tudo porque era parte de um ministério considerado pela imprensa, à época, "ideológico".
No comando estava o professor Ricardo Vélez Rodríguez, que atraiu para si a fama de polêmico e aí sim é que nada de bom podia ser noticiado na área de Educação. Fazendo buscas por políticas do MEC naquele período só se encontra notícia ruim, abordando intrigas e banalidades.
No portal do Ministério da Educação, porém, está registrada a informação de que aquele ministro tão criticado já concentrava esforços na melhoria da alfabetização das crianças brasileiras. Segue o primeiro parágrafo de uma matéria publicada em 15 de março de 2019.
"O ministro da Educação, professor Ricardo Vélez Rodríguez, em consonância com o desejo do presidente Jair Bolsonaro, estipulou como uma das 35 metas para os 100 primeiros dias do governo federal a elaboração de uma Política Nacional de Alfabetização. Para a missão, foi criado, em janeiro, um Grupo de Trabalho que tem como objetivo estabelecer uma política de alfabetização eficaz, baseada em evidências científicas, ou seja, na ciência cognitiva da leitura, que foi a base para experiências bem-sucedidas em diversos países."
Trecho de reportagem publicada no portal do MEC em 15/03/2019
Entrevista com Secretário de Alfabetização
Na entrevista em vídeo, que você pode assistir clicando no play da imagem que ilustra esta página, o secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim, explica quais as evidências científicas que foram seguidas na elaboração da Política Nacional de Alfabetização. Detalha também os programas já lançados dentro desta nova forma de pensar a Educação.
Mesmo sem ganhar destaque na imprensa, os programas da Secretaria foram sendo descobertos por professores e educadores de norte a sul do Brasil, tanto da rede pública quanto da privada, e também por milhares de famílias com crianças pequenas, independentemente da faixa de renda ou escolaridade.
Segundo Nadalim, programas como Tempo de Aprender, Práticas de Alfabetização, Alfabetização Baseada na Ciência (ABC) e Práticas de Produção de Textos têm ajudado professores de educação infantil e primeiros anos do Ensino Fundamental a elaborar planos de aula mais atraentes, que resultam em mais engajamento e aprendizado.
Já as famílias, especialmente após as primeiras semanas de pandemia, descobriram e passaram a consumir outros dois programas, também muito utilizados pelos professores: Conta Pra Mim e Graphogame. São as meninas dos olhos da equipe da Secretaria de Alfabetização, que conseguiu, em poucos anos, atrair milhões de acessos aos materiais.
Famílias descobrem o MEC
Não é exagero dizer que os programas Conta Pra Mim, lançado em dezembro de 2019 e Graphogame, em plena pandemia, salvaram milhares de famílias do desespero de ver as crianças longe dos livros e do encanto pelo aprender.
O primeiro ensina práticas de contação de histórias para crianças e fornece farto material em áudio, vídeo ou textos para imprimir. Há ainda a distribuição de livros infantis para escolas, bibliotecas e famílias carentes beneficiárias do programa Auxílio Brasil.
A Coleção de Livros Conta pra Mim tem 40 títulos. O material, disponibilizado de graça pela Secretaria de Alfabetização do MEC tem também 28 vídeos com o músico Toquinho, narrando fábulas de Monteiro Lobato e interpretando cantigas tradicionais brasileiras.
E há ainda a playlist de histórias infantis e contos de fadas em áudio, narrados para que os pais ouçam muitas vezes com seus filhos. O convite no site do MEC, sob o título "Era Uma Vez..." é irrecusável! "Feche os olhos e imagine que você está em uma outra época, há muito tempo..."
Já o GraphoGame, como o próprio nome sugere, é um jogo educacional com um ambiente virtual para a aprendizagem de habilidades fonológicas. Essas habilidades são relacionadas com os sons da linguagem e ajudam a aprender a ler eletrônico.
Disponível através de um aplicativo trazido da Finlândia, o GraphoGame tem ajudado crianças brasileiras a entrar no mundo das letras, sílabas, palavras e textos.
Isso não quer dizer que a alfabetização tradicional esteja sendo substituída por um jogo eletrônico. É apenas uma nova ferramenta, mais uma na nova era da Educação que prioriza a alfabetização.
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