Presidente do Senado é um cargo que, no Brasil, alguns consideram até mais importante que o de presidente da República. Quem preside o Senado preside também o Congresso Nacional (formado por Senado e Câmara dos Deputados).
Presidentes da Câmara e do Senado estão na linha sucessória da presidência da República e são responsáveis por escolher que projetos de lei vão ou não seguir em tramitação e se entram ou não para votação em plenário.
Eles também decidem se abrem ou não CPIs, mesmo quando o autor do pedido de investigação consegue o número mínimo de assinaturas exigidas por lei. Há outro aspecto, porém, que faz a vaga de presidente do Senado, especificamente, ganhar ares de joia da coroa. O Senado é o órgão revisor do Poder Judiciário.
Como ministros de cortes superiores não são eleitos, mas indicados pelo presidente da República (e aprovados ou não pelos senadores, após sabatina), é o Senado que tem a prerrogativa constitucional de afastar ministros que cometam ilegalidades.
E só o presidente do Senado pode colocar em votação pedidos de impeachment de ministros do STF ou de qualquer outra corte superior, que extrapolem suas funções, cometam ativismo político ou ajam à revelia da Constituição, como tem ocorrido nos últimos anos.
O atual presidente, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), adotou a prática de engavetar todo e qualquer pedido de impechment de ministros do STF, assim como fazia seu antecessor, Davi Alcolumbre (DEM-PA). Há mais de 60 pedidos simplesmente ignorados. Um deles, inclusive, foi acompanhado das assinaturas de três milhões de brasileiros.
Eleição para presidente do Senado
O senador Eduardo Girão (Podemos-CE), assim como o senador Rogério Marinho (PL-RN), eleito em outubro, concorre ao cargo de presidente do Senado em oposição à reeleição de Rodrigo Pacheco, apoiada por Lula e pela ala esquerdista do Senado.
Marinho tem os votos dos apoiadores do ex-presidente Bolsonaro. Girão corre atrás dos não bolsonaristas e anti-Lula. Na tarde desta quarta (25), a uma semana do início da nova legislatura e das eleições para presidente do Senado, conversei com o senador Eduardo Girão.
A ideia é trazer a você, assinante, as propostas que ele defende e a explicação para sua candidatura, que vem sendo criticada por muitos. Aos que acham que ela enfraquece a oposição a Pacheco, Girão explica que é justamente o oposto. Tirando votos de Pacheco a oposição sai mais forte, mesmo que a eleição vá para segundo turno.
Propostas e voto aberto
Na entresvista, Eduardo Girão comenta como estão os bastidores de sua campanha e, especialmente, sobre suas prioridades caso seja eleito presidente do Senado na próxima quarta-feira, dia 1 de fevereiro.
"Vamos deixar o Senado prostrado como está, assistindo de camarote aos devaneios do governo Lula, aos abusos de alguns ministros do Supremo, a retrocessos nas reformas importantes como a previdenciária e a trabalhista, o dinheiro indo para outros países por puro alinhamento ideológico? Ou vamos querer um Senado altivo e independente?"
Eduardo Girão, candidato a presidente do Senado.
Girão destaca, ainda, a campanha que vem fazendo pelo voto aberto e conclama os eleitores a cobrar posição dos senadores de seu estado. Para assistir à entrevista completa com o senador Eduardo Girão, clique no play da imagem que ilustra esta página. Depois deixe sua reação ao conteúdo e, se desejar, um comentário para contribuir com o debate.
Lembro que, em dezembro, entrevistei para a coluna o senador eleito Rogério Marinho, também candidato a presidente do Senado em oposição à reeleição de Rodrigo Pacheco. Você pode assistir à entrevista aqui.
- Abuso de autoridade é crime previsto em lei e precisa ser punido
- Como é defender vítimas de censura no atual Estado de Exceção do Brasil
- Manifestantes presos em Brasília foram enganados pela polícia do Exército
- “Não sentarei em cima dos projetos”, diz Rogério Marinho, candidato à presidência do Senado
O que explica o rombo histórico das estatais no governo Lula
Governo Lula corre para tentar aprovar mercado de carbono antes da COP-29
Sleeping Giants e Felipe Neto beneficiados por dinheiro americano; assista ao Sem Rodeios
Flávio Dino manda retirar livros jurídicos de circulação por conteúdo homofóbico
Inteligência americana pode ter colaborado com governo brasileiro em casos de censura no Brasil
Lula encontra brecha na catástrofe gaúcha e mira nas eleições de 2026
Barroso adota “política do pensamento” e reclama de liberdade de expressão na internet
Paulo Pimenta: O Salvador Apolítico das Enchentes no RS
Deixe sua opinião