Censura a médicos, pesquisadores e jornalistas é algo que vem sendo denunciado há alguns meses, mas, estranhamente, se intensificou às vésperas da instalação da CPI da Covid e avançou fortemente nesta semana em que começaram os depoimentos.
Médicos que prescrevem tratamento imediato aos pacientes de Covid-19 logo nos primeiros dias de sintomas vêm tendo vídeos apagados pelo YouTube, Facebook e Instagram desde o fim de 2020.
O mesmo acontece com médicos pesquisadores, independentemente de terem mestrado, doutorado e até pós-doutorado em suas especialidades médicas, bem como pesquisas publicadas em revistas científicas e larga carreira dedicada à Ciência.
Quem "ousa" divulgar nas redes sociais os estudos mais recentes demonstrando eficácia e segurança no uso de uma série de remédios ou divulgar os resultados que vem obtendo com seus próprios pacientes recebe logo o carimbo de divulgador de notícia falsa ou tem o vídeo e o estudo simplesmente retirado da plataforma sob justificativa de "ferir as regras de uso".
Censura aumentou com CPI da Covid
Nas últimas semanas, com a instalação da CPI da Covid e o início dos trabalhos com a clara tentativa de se criminalizar o tratamento imediato (apenas porque ele foi defendido pelo presidente Bolsonaro desde o início da pandemia), a censura aumentou.
Veículos de comunicação e jornalistas que têm canais no YouTube com entrevistas destes médicos estão sendo forçados a apagar os vídeos sob a ameça de perderem o canal e serem banidos da plataforma.
O canal da Gazeta do Povo no YouTube foi apenas um entre dezenas que tiveram uma entrevista jornalística censurada esta semana. Alguns já conseguiram na Justiça o direito a terem seus vídeos devolvidos à plataforma, mas a devassa e as ameças continuam.
- YouTube apaga entrevista de médica à Gazeta do Povo sobre tratamento precoce
- Canal conservador obtém liminar contra YouTube para republicar vídeos excluídos
Liberdade de expressão
Se antes a censura era velada, desta vez os ditadores digitais entraram metendo o pé na porta e dando as costas para a Constituição brasileira, que prevê, em território nacional, ampla liberdade de expressão e de imprensa.
Redes sociais e grandes empresas de tecnologia escancaram, assim, a ditadura do século XXI, que simplesmente não permite a todas as vozes o mesmo direito de expressão, pouco importa se são vozes de especialistas em suas áreas de atuação, com carreira e currículo reconhecidos.
Na arena virtual, a praça pública da atualidade e única opção que restou para debates em tempos de pandemia e lockdowns, só entra quem fala o que os donos dessas empresas acham que é certo e o que eles pensam que os usuários devem ouvir.
Tratamento precoce ou imediato de doentes logo após os primeiros sintomas, a máxima desde os primórdios da Medicina, é termo proibido nos algortimos dessas plataformas, que arrogam para si a condição de governadores do mundo ou semideuses virtuais.
Este é o tema da entrevista com o empresário e influecniador digital conservador, Leandro Ruschel, que você pode acompanhar clicando no play do vídeo no topo da página. Depois não esqueça de deixar seu comentário. Com a censura das redes sociais a médicos e jornalistas você se sente atingido no seu direito à informação?
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