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Cristina Graeml

Cristina Graeml

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso". Joseph Joubert.

Entrevista com Adrilles Jorge, censurado pelo TSE no Twitter

Censura explícita: TSE determina banimento até de quem não comenta eleições

A censura está escalonando a olhos vistos, chegando a níveis nunca antes registrados no país, nem mesmo na época do regime militar. Depois do bloqueio de redes sociais de sete deputados federais e do economista Marcos Cintra, agora foi a vez do jornalista, poeta e escritor, Adrilles Jorge, receber o "cala a boca" da justiça eleitoral.

Adrilles está impedido de se comunicar com seus quase um milhão de seguidores no Twitter por ordem de Alexandre de Moraes, presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Antes que extremistas de esquerda, apoiadores dos ataques à liberdade de expressão, manifestem-se a favor de mais esta arbitrariedade, antecipo que Adrilles não sofreu censura por ter questionado o resultado das eleições.

Em sua timeline do Twitter ele sequer levantou suspeitas sobre a lisura do processo eleitoral ou a confiabilidade das urnas eletrônicas, alçadas há meses à condição de inquestionáveis pelo próprio TSE. Não ousou cair no rótulo de criminoso, segundo definição do próprio presidente da corte eleitoral para quem questiona o sistema eletrônico de votação.

O jornalista apenas usou seu direito constituicional à liberdade de expressão (artigo 220 da Constituição de 1988) para criticar justamente a censura, depois da sequência de bloqueios em redes sociais e perfis de pessoas que pediam respostas do TSE para as incontáveis anomalias identificadas na apuração dos votos por auditores independentes.

Quem apoia ditadores, aplaude censura

Há os que fechem os olhos para as ilegalidades cometidas por ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e Tribunal Superior Eleitoral (TSE), antes, durante e após as eleições. Há os que até aplaudam a censura, o desrespeito à Constituição, o arbítrio.

Não por acaso, são todos eleitores declarados do candidato eleito presidente da República, que apoia abertamente os ditadores de Cuba, Venezuela e Nicarágua, onde a censura é apenas uma das violências contra opositores ao regime de governo.

Estes inundam as redes sociais de ódio e a cada novo episódio de censura. Também promovem campanhas de difamação contra os censurados, como se fossem eles os errados.

Acusam os outros de atentar contra instituições por fazerem perguntas e pedirem respostas, em vez de se olhar no espelho e ver a sombra da "democracia em vertigem" logo ali.

Os brasileiros em geral, porém, não têm esse viés tirânico de querer calar quem pensa diferente. Ainda que extremistas de esquerda estejam tentando acusar os outros de antidemocráticos, quem aplaude a censura e os censores é que se põe claramente contra a democracia e o estado democrático de direito.

Censura escancarada

Nesta entrevista com o mais novo censurado a mando do TSE, Adrilles Jorge conta que, não bastasse a arbitrariedade da derrubada de seu perfil no Twitter, o ataque à sua liberdade de expressão veio sem qualquer justificativa.

No recado frio, enviado a ele pela plataforma, há apenas o número de um processo em que ele estaria supostamente incluído, embora nunca tenha sido notificado disso pela Justiça. E a orientação para que seu advogado busque informações diretamente no site do TSE usando o número do processo.

Entre outras aberrações jurídicas, Adrilles conta que o número não leva a informação alguma. O processo, se existe, é secreto. Não aparece no sistema eletrônico do Judiciário, o PJE (processo judicial eletrônico).

Censura, mentiras (ou fake news, como os censores e seus apoiadores gostam de dizer), arbitrariedades e o péssimo caminho que o Brasil está trilhando são os temas da minha conversa com Adrilles Jorge.

Assista à entrevista clicando no play da imagem que ilustra esta página. Depois registre sua reação a este conteúdo e deixe um comentário para contribuir com o debate. Na sua opinião, quem vai parar os censores, já que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, a quem caberia atuar como fiscal do Judiciário, segue omisso?

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