Defesa da vida não costuma ser preocupação de jovens, ainda mais na atual geração dos chamados millennials. Quem nasceu na virada do milênio e cresceu na era digital, bombardeado por narrativas e viralizações de conteúdo, parece mais suscetível às ondas das falsas defesas de minorias e às supostas lutas por direitos humanos, sem perceber o engodo e a manipulação por trás de muitos discursos aparentemente honestos.
Uma das principais bandeiras de quem se diz do lado “certo” das atuais batalhas ideológicas exclui o mais frágil dos grupos humanos, aqueles que ainda nem nasceram. Defesa da vida deveria ser uma causa de 100% da humanidade, mas há os que prefiram defender a morte a título de dar espaço para a liberação sexual sem responsabilidade.
Se você é daqueles que, ao ouvir falar de uma mulher grávida que não planejou a gestação e quer impedir o nascimento do bebê, já puxa da memória os mantras feministas do “lugar de fala”, “meu corpo minhas regras” e “empoderamento feminino”, sugiro que veja por outro prisma.
A discussão sobre aborto não gira em torno do corpo da mulher. É a vida de outro ser humano que está em jogo, de alguém que não tem voz. Já parou para pensar quem pode defender a vida do mais frágil dos seres humanos, quando a própria mãe está perdida ou pouco se importa com seu bebê?
Surpreendentemente, a mesma internet que facilita a manipulação de pessoas desatentas ou com pouca experiência de vida tem ajudado a disseminar iniciativas de quem ousa remar contra a maré.
Movimento em defesa da vida
Em várias partes do mundo jovens estão se unindo à causa da defesa da vida desde a concepção. Entre as iniciativas, são pontos comuns divulgar serviços de apoio a gestantes e a seus bebês e denunciar o que já classificam como ‘fetofobia’.
Um dos movimentos de jovens pró-vida é brasileiro e se apresenta com o sugestivo nome de ‘Salvamos Vidas’. São voluntários que mantêm um site com informações diversas sobre como as pessoas podem ajudar mães a não abortarem.
Há poucos dias eles aproveitaram a significativa data do dia das mães para lançar um perfil no Instagram, usando uma estratégia simples para divulgar a causa. O perfil pede que as pessoas contrárias à cultura da morte de bebês ainda no útero da mãe marquem amigos nos comentários para ajudar a unir pessoas em torno da ideia de salvar bebês que ainda não nasceram, mas já estão ameaçados.
Em apenas três dias a página conseguiu quase 15 mil seguidores. São pessoas conectadas ao convite sugerido numa das poucas postagens: “descubra como salvar bebês em todo o Brasil e apoie mães que decidem não abortar”.
O site salvamosvidas.com.br, por sua vez, instiga as pessoas a conhecerem mais sobre o que sustenta a cultura da destruição de fetos perguntando, por exemplo, se “você sabe o que o lobby abortista é capaz de fazer no Brasil”.
A inciativa de lançar o site e divulgá-lo nas redes sociais é de uma estudante de Medicina de Belo Horizonte (MG), conforme mostrou a Gazeta do Povo em reportagem publicada nesta terça (11).
Na matéria a criadora do site e revela que não conseguiu mais ficar alheia à causa da defesa da vida após descobrir que movimentos feministas bancados por grandes financiadores, a chamada ‘indústria do aborto’, chega a fretar jatinhos de uma cidade para outra para garantir que abortos sejam realizados.
“A partir disso, vimos o quão necessária era a articulação e o desenvolvimento de ações pró-vida no Brasil”, diz a estudante Flávia Campagnuci, coordenadora do movimento Salvamos Vidas.
Ações do Movimento Salvamos Vidas
O projeto é focado em divulgar que existem casas de acolhimento a mulheres grávidas pelo país inteiro, mas também em buscar apoio financeiro para manter as casas e o atendimento profissional a gestantes e seus bebês, depois de nascidos.
O movimento Salvamos Vidas aceita doações, mas propõe mais do que isso: sugere a compra de um livro com artigos recheados de argumentos em defesa da vida. O lucro com a venda dos livros é revertido para ajudar gestantes em situação de mais vulnerabilidade.
Segundo informa o site, cada cinco livros vendidos garantem a realização de um ultrassom. Esse é um exame importante, não apenas por questões de saúde, mas também emocionais. Ele proporciona o primeiro contato da mãe com o filho, muito antes de ser possível sentir o bebê se mexendo na barriga.
Para a maioria das mulheres ver, na tela do computador do médico, o início da vida, às vezes um embrião do tamanho de um feijão já com batimentos cardíacos, desperta a responsabilidade de gerar aquela vida, de ser mãe.
Isso sem falar que o ultrassom é o início do pré-natal, a série de consultas e acompanhamentos médicos feitos ao longo da gestação, tão fundamental para a saúde da mãe e da criança. A venda dos livros também garante a compra de cestas básicas e de fraldas para ajudar mães de recém-nascidos.
No site, construído pela estudante mineira, há depoimentos emocionantes de mulheres que chegaram a pensar em interromper a gestação, mas depois de acolhidas e orientadas mudaram de ideia. Todas se dizem gratas por terem suas próprias vidas salvas, além das vidas de seus bebês.
Há ainda fotos de vários deles, com descrições da alegria que trazem para as mães e as famílias. Já são cinco mil bebês salvos, segundo informações do Movimento.
Mentiras e alertas sobre aborto
O Salvamos Vidas, assim como outros movimentos pró-vida, têm mais um objetivo: desmascarar mentiras que vêm sendo contadas há anos em blogs e sites de cunho feminista. São falácias que fazem muitas jovens acreditarem no aborto como um procedimento fácil e seguro.
Jovens casais que não planejavam ter filhos, mas se descuidaram, fazem buscas na internet para descobrir como abortar o bebê ainda na fase embrionária. Encontram desde informações sobre clínicas clandestinas até pílulas abortivas, que podem ser compradas sem prescrição médica em farmácias online também clandestinas.
Raros param para pensar que são criminosos que estão por trás desse comércio e não, farmacêuticos ou médicos. Muitas mulheres acabam comprando essas pílulas (que são proibidas) sem saber a procedência. Tomam o remédio sem qualquer orientação médica, colocando a própria vida em risco.
Impossível não fazer uma analogia com o ataque insano a drogas conhecidas que passaram a ser usadas na pandemia para o tratamento dos doentes em fase inicial.
Fazem um escarcéu por causa de remédios seguros, usados há décadas para outras doenças e que vêm sendo prescritos para o tratamento de gripe, com acompanhamento de médico e bons resultados, mas fecham os olhos para as pílulas abortivas vendidas e tomadas por conta própria, normalmente por adolescentes ou mulheres recém-saídas da adolescência.
Estranhamente parte dos que atacam o tratamento imediato de Covid-19, tentando criminalizar médicos que estão salvando vidas, defende a morte de fetos pelas próprias mães e pouco se importa se para isso elas tomem remédios que colocam suas vidas em risco.
Outro alerta importante feito por grupos pró-vida é para que mulheres, em geral, fiquem atentas aos nomes de alguns medicamentos. Remédios vendidos como pílulas para regular ciclo menstrual atrasado podem ser uma tentativa da indústria do aborto de burlar a fiscalização e as leis. Seria uma forma mais branda de nomear pílulas abortivas.
Abortar é arriscado e ilegal. Muitas dessas mulheres que embarcam na onda feminista radical de só pensar em si e esquecer os bebês não têm informação. Não só desconhecem os métodos anticoncepcionais para não engravidar, como não conhecem as leis do país.
No Brasil, aborto é crime, tolerado com raras exceções (como no caso de risco de vida para a mãe ou gestação resultante de estupro). Por outro lado, a lei não pune a mulher que tem o bebê e, por achar que não dá conta de cuidar dele, prefere colocar o filho em adoção.
Essa intenção pode ser comunicada às autoridades de varas de família, infância e adolescência antes mesmo de o bebê nascer. Ele não é abandonado. É acolhido ainda na maternidade e encaminhado para adoção. E nunca é demais lembrar que há milhares de famílias dispostas a adotar crianças.
Estudantes americanos pró-vida
Nos EUA também há regsitros de jovens mobilizados em defesa da vida. Um dos movimento é o Students For Life, que realiza ações de conscientização, palestras e divulga muito material nas redes sociais para as pessoas compartilharem e, assim, abrirem os olhos de mais gente para essa causa.
Repare o quão impactante é o confronto com a realidade. “O direito de uma criança de não ser assassinada não é negociável,” diz uma das postagens. Em outra é possível ler o desabafo dos jovens defensores da vida num país onde em muitos estados o aborto é permitido graças a leis estaduais.
“Nunca me peça para ficar quieto em relação a aborto, quando isso já matou um quarto da minha geração.”
Postagem no Instagram do Movimento Students For Life
Termino este artigo com mais uma das mensagens divulgadas por esse grupo de estudantes americanos que dedicam parte da sua juventude a defender a vida de seres em formação, ainda por nascer. “Precisamos salvar o planeta para nossas crianças e não salvar o planeta das crianças”.
A vida é o nosso bem maior. Cabe a nós, que tivemos a chance de nascer, lutar para que outras vidas sigam o rumo natural, desenvolvendo-se na barriga da mãe e chegando ao mundo em segurança. Caminhos para defender a vida há muitos. Ajude a divulgar.
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