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Cristina Graeml

Cristina Graeml

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso". Joseph Joubert.

Doutrinação na escola

Doutrinação LGBT em aula de artes para adolescentes de 13 e 14 anos

Mais um caso de doutrinação em sala de aula veio à tona, denunciado por pais de alunos revoltados com um vídeo “erótico-sensual” que beira a pornografia, exibido numa aula de artes para estudantes do 9º ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal de Criciúma, em Santa Catarina.

Decidi discutir esse caso não para provar, mais uma vez, que a doutrinação de alunos não é teoria da conspiração como alguns insistem em dizer e sim, uma triste realidade. Isso já está mais do que provado.

Há inúmeros casos denunciados por pais e divulgados na internet, na imprensa e até em câmaras municipais e assembleias legislativas por políticos verdadeiramente preocupados com a qualidade da educação no Brasil.

Minha intenção com esse artigo é outra: aproveitar o caso, ocorrido numa cidade do interior catarinense, para reforçar a ideia do quanto é necessário que os pais estejam atentos ao que é ensinado para os filhos, porque as crianças e adolescentes, para não se indispor com professores, nem sempre contam em casa o que é dito ou mostrado durante as aulas.

Doutrinação e narrativas

Essa história de doutrinação em sala de aula não é coisa da cabeça de pais caretas, reacionários, que acham que todos os professores são esquerdistas radicais querendo impor ideias comunistas e libertinas na cabeça das crianças.

É a dura realidade de uma guerra cultural que começou há décadas, infiltrou-se primeiro no meio artístico e depois invadiu as universidades, onde tomou conta dos cursos de Humanas e formou a atual geração de professores. Por fim, chegou às escolas, tanto do Ensino Médio quanto do Fundamental.

Os professores atuais são ex-alunos doutrinados nos cursos de Humanas e até de outras áreas do Ensino Superior. Não à toa os pensamentos de esquerda são dominantes, em especial entre professores de História, Geografia e Artes.

Já nem me surpreendo mais (e imagino que isso aconteça com você também e com muitos de seus conhecidos que têm filhos) quando ouço histórias de professor tecendo elogios a regimes comunistas e demonizando o capitalismo ou repetindo narrativas que aparecem na mídia com frequência assustadora.

Refiro-me às insinuações de que só a esquerda tem preocupação com o social, com os pobres e as chamadas minorias e a direita é composta por pessoas egoístas, dinheiristas, racistas, machistas, homofóbicas, que querem destruir o meio ambiente e por aí vai.

São narrativas construídas e reforçadas por anos na cabeça de estudantes universitários que viraram professores e hoje ensinam nossos filhos ou netos.

Arte ou libertinagem?

Mesmo que não causem mais surpresa, tamanha a frequência com que têm sido registradas, notícias como a de Criciúma geram legítima repulsa nos pais e em qualquer pessoa com noção suficiente de como se forma o padrão psicológico de uma criança ou adolescente.

Neste caso a doutrinação parecia mirar em valores familiares. A sensação é a de que querem destruir o que a família ensina para as crianças desde pequenas; a formação mais básica, que vem de casa, como as questões relacionadas à sexualidade, à forma de se vestir e de se portar em público, além da importância da preservação da intimidade.

O professor de artes do 9º ano da escola pública municipal Pascoal Meller, de Criciúma (SC), sabe-se lá com que intenção, achou apropriado exibir para alunos que têm entre 13 e 15 anos, um videoclipe da música "Etérea", do cantor Criolo, gravada há dois anos.

Essa música foi até indicada ao Grammy Latino de 2019 na categoria Melhor Canção em Língua Portuguesa, apesar de ter uma letra bastante questionável, que defende “qualquer jeito de amar" e "amores aceitos sem imposições".

Não vou questionar essa indicação ao Grammy, porque, como disse no começo do artigo, a guerra cultural começou mesmo no mundo artístico e esta é apenas mais uma evidência. Esses prêmios não refletem necessariamente a aceitação do público, há muita política e ideologia por trás das indicações.

Mas vamos considerar que a música, enaltecendo a libertinagem, fosse boa. A “arte” é livre para abordar o tema que quiser e da forma como quiser. Aprecia quem quiser.

O que não pode é uma “arte” dessas virar tema de estudo de crianças e adolescentes, que ainda estão com a identidade em formação, moldando sua visão de mundo, distinguindo o certo do errado. E que vêem os professores como detentores da verdade; às vezes atribuem até mais autoridade a eles do que aos próprios pais.

Videoclipe polêmico

Não bastasse a letra questionável, o videoclipe com temática LGBT consegue ser muito mais apelativo que a própria ideia passada pela música. Mostra homossexuais com roupas justas, decotadas, alguns de sunga fio dental, dançando, se encostando uns nos outros e fazendo poses “sensuais”.

Isso para falar de uma forma amena, porque não é sensual virar de costas para a câmera, abaixar-se e ficar rebolando para a câmera filmar em close. Imagino o constrangimento de meninos e meninas assistindo esse tipo de cena.

Será que o professor pensava mesmo que, com isso, estaria fazendo os alunos entenderem melhor a arte? Ou será que estava querendo enfiar na cabeça dos adolescentes que aceitar a diversidade entre as pessoas é acolher promiscuidade e ideias libertinas?

Se a intenção não fosse discutir arte, mas respeito às diferenças, além de fugir do escopo da disciplina, vale questionar: é assim que se ensina a aceitar o outro como ele é? Ou com um debate saudável, sem exposição a imagens e músicas apelativas?

Reação à exibição do vídeo

Depois que uma mãe publicou trechos do vídeo Etérea nas redes sociais e comentou o absurdo de ter sido exibido numa aula do filho, o prefeito de Criciúma anunciou que o professor, que era temporário, seria exonerado.

A Secretaria Municipal de Educação divulgou uma nota dizendo que o conteúdo apresentado pelo professor não consta no plano de ensino, está em desacordo com a proposta do Conselho Nacional de Educação e que, portanto, “não será tolerado pela Administração Municipal de Criciúma".

A nota informa ainda que os pais podem procurar a Secretaria em casos semelhantes.

Aprendendo pelo exemplo

Ainda que alguns considerem exagerada, a resposta imediata e dura da prefeitura é importante nesta guerra cultural insana, em que há tentativas de imposição de ideias e valores com os quais nem todos concordam, como se fossem normas de vida.

E isso tudo, vindo de professores que aparentemente querem mudar a visão dos filhos que a gente educa com tanto zelo e carinho. Não dá para aceitar calado!

Um fato, porém, precisa ficar claro. Repudiar doutrinação não quer dizer aprovar preconceito ou desrespeito a outras pessoas por causa de raça, orientação sexual ou o que quer que seja. É até por respeito que nós, pais, precisamos ser firmes nisso: denunciar casos abusivos de doutrinação explícita e exigir que professores ensinem o que está previsto no currículo escolar e não o que eles bem entendem.

Nossos filhos não são cobaias de marxismo cultural. É preciso dizer um basta a tudo isso. E aqui quero fazer um à parte para criticar a forma como o prefeito Clésio Salvaro (PSDB) anunciou a demissão do professor.

"Estou determinando a imediata exoneração daquele professor que expôs um vídeo erotizado, de forma inapropriada, para os alunos da rede pública municipal. Nós não permitimos, nós não toleramos, está demitido este profissional... Essa ‘veadagem’ na sala de aula, nós não concordamos", disse o prefeito em vídeo.

Podia ter passado sem essa adjetivação pejorativa! Tenho certeza que os pais concordam e agradecem a atitude firme do prefeito ao decidir exonerar o professor. É uma forma de punir excessos ao mesmo tempo em que dá um recado para todos os que, eventualmente, estivessem usando ou querendo usar a sala de aula como experimento de doutrinação marxista, mas não deveria haver adjetivação na fala.

As pessoas precisam ser respeitadas por suas escolhas de vida, independentemente de quais sejam. Se fosse o prefeito, eu pediria desculpas a quem tenha se sentido ofendido pelo termo usado no vídeo. E, claro, pediria aos diretores de escola mais atenção com o que os professores estão ensinando às crianças.

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