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Cristina Graeml

Cristina Graeml

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso". Joseph Joubert.

Entrevista: Karina Michelin, correpondente internacional independente

Guerra de informação ultrapassa fronteiras da Ucrânia e atinge o mundo inteiro

Guerra de informação, por óbvio, induz a erros de análise e afunda o mundo em polarizações desnecessárias. Quem acompanha o noticiário tem se deparado com inúmeras informações confusas e sequer consegue descobrir quantas pessoas morreram até agora na guerra da Ucrânia.

O exército russo, afinal, tem realmente sofrido baixas numerosas e inesperadas, como anuncia o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky em suas incontáveis aparições públicas em vídeo para o mundo ocidental? Ou os mortos na Ucrânia, país invadido e, supostamente, pego de surpresa, são em número maior?

Em que dados acreditar? E por que EUA e outros países integrantes do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), além de impor sanções econômicas à Rússia, na tentativa de forçar um recuo ou rendição das tropas invasoras, entraram também na guerra de informação?

Números desencontrados

Numa rápida busca pelas últimas publicações na editoria Mundo da Gazeta do Povo, descubro que o Ministério da Defesa da Ucrânia apresenta número impressioinantes: o Exército russo teria perdido mais de 17,3 mil soldados durante estes 34 dias de guerra, contra cerca de 5 mil mortes entre a população ucraniana, somando militares e civis.

A quantidade de equipamentos militares russos destruídos pela resistência ucraniana incluiria, conforme divulgado pela mesma fonte (Ministério da Defesa da Ucrânia) 605 tanques, 1.723 veículos blindados, 131 aviões e o mesmo número de helicópteros.

O Ministério da Defesa da Rússia alega que a chamada "operação militar especial" no país vizinho teria abatido 127 aeronaves e 77 helicópteros ucranianos.

Nada é muito confiável. Até porque, em suas declarações, os porta-vozes sempre assumem uma posição de vitoriosos, ainda que se apresentem como vítimas de descumprimento de acordos por parte do adversário.

Um em cada quatro ucranianos teria deixado sua residência em busca de local mais seguro. Este é um dado da ONU. Em 34 dias de guerra, mais de 10 milhões de ucranianos deixaram suas casas em busca de local mais seguro, o que representa 25% da população do país.

4 milhões de pessoas (10% da população) teriam atravessado alguma das fronteiras para se refugiar em países vizinhos e pouco mais de 6 milhões teriam se deslocado internamente para a casa de amigos e parentes em outras cidades mais distantes dos ataques russos.

É tudo muito incerto. Como tomar partido diante de tantos números e uma clara guerra de informação? Precisamos tomar partido ou apenas condenar o invasor e esperar que seja julgado pela comunidade internacional acerca dos motivos que o levaram a invadir a Ucrânia? Haveria justificativa para esta invasão?

Guerra de informação em debate

Quem disser que tem respostas precisas para as perguntas que formulei acima provavelmente estará mentindo. O momento é de guerra. E, como tanto tem sido repetido por analistas dos mais variados, na guerra a primeira vítima é a verdade.

Para tentar entender melhor - não os números desencontrados dos governos russo e ucraniano, mas a guerra de informação em si -, convidei para um bate-papo em vídeo a jornalista Karina Michelin, correspondente internacional independente.

Karina mora na Itália há dez anos. De lá, vem acompanhando o desenrolar da pandemia e, mais recentemente, a guerra da Ucrânia, ambos os assuntos afundados em guerra de informação.

Em apurações para publicar em seu próprio blog ou divulgar em transmissões por vídeo em redes sociais e canal do YouTube, a jornalista viu-se no meio dessa guerra e também sob ataque. Já sofreu bloqueios em seus canais próprios por suposta divulgação de "fake news".

Que ensinamentos tirar disso tudo? Há algo que possamos fazer para não nos deixarmos usar como massa de manobra, tomando partido de um lado ou outro, sem entender nem mesmo as razões por trás desta guerra ou os interesses obscuros que até hoje rondam a pandemia?

Para assistir à íntegra da entrevista em vídeo com Karina Michelin, basta clicar no play da imagem que ilustra esta página.

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