Manifestações por lisura e transparência nas eleições estão prestes a completar um mês. Para usar a frase que um certo político adorava quando estava no poder, nunca antes na história deste país se viu gente dia e noite nas ruas, de forma ininterrupta e pacífica, exigindo um direito garantido por lei: a contagem pública dos votos.
Nestes 29 dias houve dois feriados, finados e Proclamação da República, e quatro fins de semana, em que centenas de milhares de pessoas se reuniram em frente a quarteis nas capitais e cidades do interior. Dia 15 de novembro, só em Brasília, a estimativa de público ficou perto dos 2 milhões.
Durante a semana o número de manifestantes diminui, mas há revezamento e sempre grande movimentação nos acampamentos montados nas calçadas, chova ou faça sol. Como pode a imprensa em geral seguir ignorando esse movimento? Como pode o TSE seguir fingindo que não há demandas legítimas sendo feitas?
Pão e circo X Manifestações
Enquanto as manifestações se avolumam pelo país inteiro, Norte a Sul, Leste a Oeste, as TVs seguem divulgando a Copa do Mundo como se o país não estivesse em ebulição.
Na verdade, aqui e lá, só mudam a pauta para divulgar as tragédias anunciadas pela carreta da transição, com seus quase 300 passageiros, mas, claro, sem a adjetivação pejorativa que caracterizou o noticiário nos últimos anos.
Assim, mesmo quando a notícia é péssima, divulga-se de forma amena. E dá-lhe futebol para distrair a população dos perigos que batem à porta. Pensam que enganam a população, mas ao escancarar ainda mais a hipocrisia apenas estimulam mais gente a ir para as ruas protestar.
A bolsa cai, o dólar sobe, os investidores fogem do país, o teto de gastos está para ser furado em 200 bilhões, mas o que é isso para quem desviou um trilhão e ganhou aval para voltar à cena do crime, não é mesmo? Vai mais um pãozinho, aí? Uma pipoca? Uma partida da Copa?
A dupla STF e TSE segue ultrapassando todos os limites da lei com suas ordens de censura, multas e acusações sem o devido processo legal. E mais e mais gente adere às manifestações, enquanto a banda da distração segue a batucada chamando todo mundo para o apito. Mais um jogo vai começar.
O programa Segunda Opinião desta semana debate sobre a velha estratégia de políticos de carreira, que aproveitam enquanto o povo está disraído com o circo para abocanhar nacos de picanha e se refestelar na gastança. Assista, clicando no play da imagem que ilustra esta página.