"Mais" Médicos e "Mais" Especialistas, assim como "mais" faculdades de Medicina, "mais" estudantes conseguindo diploma para atuar na área de saúde, são promessas tentadoras quando colocadas diante do eleitorado sedento por saúde, de preferência gratuita.
O problema é que tudo não passa de marketing. Usar a palavra "mais" pode acionar aquela mesma área gananciosa do cérebro que faz incautos caírem nos contos dos estelionatários. Pode ocorrer o contrário: perde-se o que já se tinha, para dar ganhos a uma minoria, beneficiada às custas de mentira e enganação, via discurso fácil.
O exemplo do Mais Médicos mostra que o programa, implantado no governo Dilma, ainda que tenha trazido suposto reforço às equipes de saúde, não resultou em melhoria da atenção primária à saúde.
A qualidade dos médicos cubanos trazidos ao Brasil não podia sequer ser questionada, sob risco de o questionador ser acusado de preconceito. Mas os médicos brasileiros são quase unânimes em dizer que os colegas cubanos, se submetidos a provas de revalidação de diploma, não seriam aprovados para exercer a Medicina aqui.
Isso sem falar que a vinda de médicos cubanos para o Brasil não passou de mais uma estratégia petista para enviar dinheiro dos cofres públicos brasileiros para sustentar a ditadura cubana.
Médicos cubanos viviam em regime de semi-escravidão no Brasil, eram obrigados a viver sob regras rígidas impostas por Cuba e tinham a maior parte do salário retido pelo governo.
Muitos esquecem, envoltos em narrativas de campanha eleitoral, mas foi o próprio governo do ditador Miguel Díaz-Cañel que rompeu o contrato com o Brasil quando Haddad perdeu a eleição para Bolsonoro em 2018. Seria medo de que fossem descobertos mais detalhes do escoamento fácil de verbas públicas brasileiras para Cuba?
Riscos do Mais Médicos e Mais Especialistas
Nesta entrevista, o médico Diogo Sampaio, presidente da Sociedade Matogrossense de Anestesiologia, vice-presidente da Associação Médica Brasileira (AMB) na gestão passada, alerta para os riscos da volta dos mesmos projetos do PT para a área de saúde, conforme já foi dito em entrevistas pelo candidato Lula.
A preocupação de Sampaio não é apenas com o Mais Médicos. O anestesiologista alerta também para o que considera uma enorme ameaça à saúde dos brasileiros: a ideia do PT de finalmente tirar do papel o projeto Mais Especialistas, caso Lula consiga voltar ao poder.
Isso foi tentado no governo Dilma, via decreto, e barrado no Congresso Nacional por interferência direta de entidades médicas. Em resumo, Dilma queria que médicos fossem considerados especialistas com 360 horas de uma pós-graduação simples, sem a exigência de residência médica.
Vale ressaltar que as condições para um médico tornar-se especialista no Brasil são de 2 a 5 anos de residência, com carga horária muito maior que as 360 horas propostas pelo PT.
O exigido são 2.880 horas por ano, sendo 90% delas cumpridas na prática, em consultórios ou centros cirúrgicos. E ninguém vira especialista com um único ano de residência médica. Varia de 2 a 5 anos, o que daria de 5760 a 14.400 horas de prática médica, bem diferente das 360 horas sugeridas por Dilma Rousseff.
O que a ex-presidente tentou implantar, na canetada, era a contratação de médicos transformados em "especialistas", com cursos que poderiam até ser feitos à distância e uma carga horária infinitamente menor à necessária para alguém, formado em Medicina, ser considerado, de fato, especialista em alguma área médica.
"Isso seria um desastre para a população, um perigo total para a saúde pública", diz Sampaio. "E é um lobby que existe."
Existe um lobby para a pós-graduação e especialização. Nós combatemos isso veementemente na época. Todos os presidentes de sociedades de especialidades médicas, vários médicos, todas as entidades médicas entraram no Congresso e falaram: "Esse decreto não dá".
Diogo Sampaio, médio anestesiologista
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