"Nordestino é conservador", garante o presidente do Movimento Conservador do Nordeste, entrevistado da coluna nesta quarta (5).
André Almeida é empresário do ramo de festas de formatura em Maceió (AL), única capital nordestina em que o presidente Bolsonaro teve mais votos que Lula nas eleições do último domingo (3). A diferença lá seria suficiente, aliás, para o presidente Jair Bolsonaro vencer em 1º turno.
André Almeida vem acompanhando o crescimento de grupos conservadores no Nordeste desde antes da campanha eleitoral de 2018 e liderando encontros e conversas entre vários segmentos da sociedade.
Segundo ele, milhões de pessoas, do Maranhão à Bahia, defendem os mesmos valores da chamada direita conservadora: vida, família, educação sem doutrinação político-ideológica, direito à legítima defesa, à propriedade e às liberdades individuais, da liberdade de expressão à religiosa.
"Essa é uma onda que não é modismo, veio pra ficar... Era como se [o conservadorismo] estivesse adormecido dentro de nós, brasileiros, e com a chegada de alguém que tomou a frente disso, aflorou."
André Almeida, pres. do Movimento Conservador do Nordeste
Resultados do 1º turno no Nordeste
Para muito além dos resultados oficiais do TSE no 1º turno destas eleições de 2022, que mostraram um Nordeste supostamente fechado com o lulopetismo, André Almeida olha para o que vem acontecendo na região desde a campanha de 2018. Sua análise parte do próprio estado, Alagoas.
"As manifestações da direita, do conservadorismo, sempre são muito grandes aqui no estado e uma coisa que nunca tinha acontecido antes é que essas manifestações saíram da capital e tomaram conta do interior. Arapiraca, Palmeira dos Índios, o sertão... Nós tivemos muitas motociatas, mesmo sem a presença do presidente, todas gigantescas."
O empresário estende o olhar para municípios do interior também dos outros estados do Nordeste, considerado o braço ainda forte do petismo lulista cego e radical.
"Pelo que nós vimos durante a campanha, a gente fica sem entender essa votação 'extraordinária' do ex-presidente Lula. Eu falo não somente por Maceió, Fortaleza, Recife, falo pelos interiores. O presidente [Bolsonaro] foi, por exemplo, naquela região de Caruaru (PE), Toritama. Ele fez grandes manifestações. E o ex-presidente Lula esteve também, mas em lugares fechados, com falta de público. Teve lugares em que precisou juntar um pouco mais de gente para que ele pudesse falar."
Como deve ser a campanha do 2º turno no Nordeste? Esse grande movimento conservador conseguirá mostrar ainda mais sua força? Que estratégia os conservadores nordestinos devem adotar nas próximas semanas para conquistar votos de quem não foi às urnas em 3 de outubro?
E mais: o que o cornolismo, ainda tão presente na região, tem a ver com a possível manipulação de mentes nas menores cidades do interior. Há voto de cabresto na região? É possível reverter o apoio supostamente expressivo a Lula no Nordeste?
Assista à entrevista com o presidente do Movimento Conservador do Nordeste, André Almeida, autor do blog do Almeida, clicando no play da imagem que ilustra esta página. Depois deixe sua reação a este conteúdo e um comentário para contribuir com o debate. Você acredita na força do conservadorismo na região?
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