Pensamento positivo não é o tipo de tema que você costuma ver nesta coluna, embora seja prática que adoto para enfrentar as incertezas desta nova realidade que vivemos. Otimismo é um poderoso remédio contra o desânimo que vez ou outra nos visita depois de mais de um ano de pandemia.
Você está acostumado a me ver aqui defendendo direitos humanos e liberdades individuais. Costumo falar de liberdade de expressão, livre iniciativa, liberdade para trabalhar, inclusive a liberdade de médicos poderem atuar.
Ao longo desse ano de pandemia falei exaustivamente sobre a necessidade de defendermos a autonomia médica tão atacada nesses tempos de politização até da saúde. Defendi inúmeras vezes também o direito dos pacientes ao tratamento de doenças.
São direitos humanos tão fundamentais quanto os outros, que igualmente defendo: direito à vida desde a concepção, direito à saúde, à infância, à educação sem doutrinação. Defendo a dignidade da pessoa humana, a mulher, a família.
Hoje eu vou além. Aproveito a Semana Santa para ampliar o leque de temas e falar de humanidade, sanidade, cuidados e esperança.
Mudar padrão mental é questão de sobrevivência
Os brasileiros parecem estar no limite, com medo, desesperança, tristeza, fome em muitos casos, desemprego e cansados das medidas restritivas cada vez mais rigorosas sem que caiam os números de contaminados e, infelizmente, de mortes. Fica difícil manter o pensamento positivo.
O momento é difícil, seja pela segunda onda da pandemia (fortíssima em grande parte do Brasil), seja pela politização absurda de tudo o que se refere a prevenção, atendimento ou tratamento da doença. Estamos no limite também da tolerância com as generalizações, como se a culpa de tudo fosse deste ou daquele governante ou da população, tachada de irresponsável.
Além de todos os problemas de saúde, ainda pesa a questão da falta de ética na política e no Judiciário, dos desvios de dinheiro na saúde à liberação de bandidos condenados e anulação de investigações de anos. Tenho falado bastante disso nos vídeos que publico nesta coluna.
É importante denunciar as injustiças, a hipocrisia, o ativismo judicial, o desrespeito aos processos legais e até à Constituição, mas para manter a saúde mudança de padrão mental é questão de sobrevivência. Por isso abro uma brecha na indignação que costumeiramente me guia.
Minha proposta hoje é pensar como cada um de nós pode fazer diferente, como podemos sair desse redemoinho de negatividade e entrar numa atmosfera mais leve que pode produzir efeitos surpreendentes até sobre a nossa saúde.
Pensamento positivo na prática
Convidei três profissionais para trazer novos olhares para esse momento tão desafiador: um professor de desenvolvimento humano, uma médica psiquiatra e um filósofo cristão.
O professor de filosofia Francisco Razzo, que também é colunista aqui da Gazeta do Povo, propõe uma reflexão sobre a condição humana, a partir da vida de Jesus e das semelhanças entre o sofrimento que ele viveu e nossos dramas de hoje.
A médica curitibana Ana Cristina Malheiros, com experiência de 34 anos de psiquiatria, fala de outras questões humanas, especialmente relacionadas à sanidade. Ela traz uma mensagem importante de cuidado, o olhar médico sobre os efeitos colaterais da pandemia e sugere como não se deixar abater por eles até para não ficar com a imunidade abalada.
Por fim, o professor de desenvolvimento humano e diretor do DeROSE Method Performance School em Curitiba fala de como lidar de um jeito mais leve com todas as dores e tormentas que estamos enfrentando para sair melhor da pandemia.
São reflexões importantes que você pode conferir clicando no play do vídeo no topo da página.
Pensamentos e destino
Termino com um pensamento atribuído a Ghand, ativista indiano e uma das maiores lideranças que o mundo já viu nos campos da ética e da promoção da paz entre os homens. Simples e bastante lógico, já foi reproduzido em poemas, livros e filmes, por ser quase um manual para a vida (para uma boa vida).
Tenha sempre bons pensamentos, porque os seus pensamentos se transformam em palavras. Observe suas palavras, porque elas se transformam em ações. Tenha boas ações, porque as suas ações se transformam em hábitos. Tenha bons hábitos, porque os seus hábitos se transformam nos seus valores. E tenha bons valores, porque os seus valores se transformam no seu caráter e o seu caráter, no seu próprio destino.
Mahatma Ghandi
Cuidado, portanto, com o que você pensa. Se pensamentos têm força para, mais cedo ou mais tarde, determinar nosso destino, melhor que sejam positivos.
Deixo o convite para que você, ao menos hoje, ajude a espalhar bons pensamentos na área de comentários, caso queria contribuir para que a segunda Páscoa da pandemia seja um pouco mais leve para todos nós. Boa Páscoa!
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