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Cristina Graeml

Cristina Graeml

"A meta de uma discussão ou debate não deveria ser a vitória, mas o progresso". Joseph Joubert.

Entrevista com autor do livro Serviço Social Para Corajosos

Serviço Social está aparelhado no país inteiro, mas não é monopólio da esquerda

Serviço Social Para Corajosos é o título de um livro corajoso escrito por um professor universitário de Serviço Social, com currículo extenso (mestrado, doutorado, dois pós-doutorados, oito livros e 100 artigos científicos publicados), mas cansado de ver no que se transformou a área de assistência social no país.

O subtítulo "Entre Falácias, Mitos e Realidade, Carne e Osso" dá uma ideia dos relatos contidos nas 158 páginas. O livro é um compilado de casos colhidos no ambiente universitário, que o autor frequenta desde quando formou-se em Serviço Social na década de 1980.

Traz também uma sequência de desmentidos em relação ao que convencionou-se associar à profissão, como a falácia de que assistente social não pode ser de direita, só de esquerda e marxista. Outra é a ideia de que profissionais da área têm que fazer uma escolha e defender uma única ideologia, marxista e socialista.

Edson Marques Oliveira é professor de Serviço Social da Unioeste, Campus de Toldeo (PR), desde 1995. Faz atividades de pesquisa e ensino (graduação e mestrado), além de trabalhos de extensão universitária. Entre os temas trabalhados estão empreendedorismo social, metodologia de intervenção, inovação e gestão social.

Livros como o Serviço Social Para Corajosos provam que a preocupação com "o social" não é monopólio da esquerda. Esquerdistas não são os únicos a direcionar atenção, esforços e trabalho para atender às necessidades dos mais pobres ou das chamadas minorias.

Isso é tudo narrativa plantada por militantes radicais para convencer os distraídos a votar em candidatos de partidos de esquerda. Ideologia pura.

Origem do problema

Com o aparelhamento dos cursos de Serviço Social por ideólogos de esquerda, não se formam mais assistentes sociais e sim, militantes marxistas, segundo o professor. Ele denuncia que alunos saem da faculdade sem condições de efetivamente atender a população que mais precisa de assistência.

Uma das denúncias feitas no livro de Edson Marques Oliveira é a de que as teorias de assitência social propriamente ditas são deixadas de lado para que os alunos se aprofundem em teses socialistas ultrapassadas e anacrônicas, impossíveis de se aplicar na prática do Serviço Social.

Assim, uma profissão de natureza interventiva, em que é preciso mudar a realidade para corrigir distorções que afetam a população carente, está dominada por teóricos socialistas, pouco ou nada treinados para agir.

Não se busca a solução para atender ao público alvo das intervenções do Serviço Social, apenas formas de propagar ideologia.

"Um dia precisei falar para uma aluna de último ano, que não conseguia chegar à solução para um estudo de caso, que era preciso desenhar um floxograma para, depois, achar o ponto que precisava de intervenção. Ela parou e me perguntou: o que é um fluxograma?"

Entrevista

Nesta entrevista, Edson Marques Oliveira comenta sobre uma das raízes da limitação na formação de profissionais preparados para atender justamente ao público mais necessitado de ajuda: o "cancelamento" de professores e alunos conservadores nos cursos de Serviço Social.

Para ilustrar o que diz comenta que o CNPQ, órgão do Ministério da Educação responsável pela liberação de bolsas para estudos de mestrado e doutorado, simplesmente recusa projetos de pesquisa da área, focados em autores conservadores.

Assim, há um gargalo na formação dos profissionais que estão na linha de frente do atendimento social das prefeituras. São todos doutrinados a seguir uma teria única, de autor único.

"Formamos profissionais 'ao ao', que só sabem encaminhar as pessoas 'ao piscólogo' ou 'ao médico', por falta de conhecimento básico sobre como agir no atendimento à população", ironiza o professor.

Veja a entrevista clicando no play da imagem que ilustra esta página. Depois deixe um comentário para contribuir com o debate. Há solução para um país tão aparelhado? Quantos anos ainda serão necessários para que as universidades aceitem a pluralidade de ideias?

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