Erotização infantil é o tipo de problema que deveria preocupar todos os adultos, sem exceção. Nesses tempos de polarização ideológica, infelizmente, há quem ache bonito meninas pequenas cantando funks vulgares e se contorcendo em coreografias com conotação sexual.
Aconteceu há poucos dias com o cantor Wesley Safadão e sua filha, de 8 anos. Ambos protagonizaram um vídeo em que cantam e dançam uma música dele, mas que jamais deveria estar na boca de uma criança, que dirá embalando um corpo infantil, junto com gestos eróticos.
A letra da música, que os dois cantam, simplesmente insinua o ato sexual. O caso virou até denúncia contra o cantor, por expor a filha a situação vexatória, o que configura infração ao Estatuto da Criança e do Adolescente.
Erotização de crianças
O vídeo pode ter agradado aos milhões de fãs do cantor, mas felizmente não teve aprovação unânime. Muita gente ficou revoltada e manifestou isso publicamente nas redes sociais, mesmo lugar onde o vídeo havia sido publicado.
Seria algo bonito de ver se a música e a dança fossem adequadas para a idade da menina: 8 anos. Mas não eram. O título da música, “macetando”, também indica conteúdo, no mínimo, inadequado para a faixa etária.
E eis que a letra, cantada em alto e bom tom, na voz infantil da menina, inclui algumas repetições de "vem bebê" enquanto os movimentos de braço simulam o ato sexual.
Outra palavra, que não vou reproduzir aqui, mas é cantada por pai e filha, é sinônima de “sacanagem” no sentido libertino e promíscuo. A menina está se divertindo, claro, porque aquilo parece uma brincadeira. E, afinal de contas, ela está ao lado do pai.
Wesley Safadão
É óbvio que o cantor não está ali querendo prejudicar a filha. O vídeo era uma mera divulgação da música, mas poderia ter sido gravado com uma dançarina maior de idade, não?
Certamente Wesley Safadão não parou para pensar que estupradores e pedófilos estariam vendo a cena da filha dele rebolando e fazendo gestos eróticos, falando “vem bebê” e outras expressões convidativas. Mesmo que criminosos não venham atrás da menina, podem atacar outra criança, inspirados no vídeo.
A questão maior aqui não é apenas a exposição da menina, mas o reforço de uma cultura que há décadas vêm estimulando a erotização infantil e que pode estar por trás das estátisticas de violência sexual contra crianças e até de gravidez em idade muito precoce. Os números do Brasil mostram que o problema aqui é maior que na média dos demais países.
Denúncia
No próprio Instagram, onde o vídeo foi originalmente publicado, o perfil "Salvamos Vida" fez um post chamamdo a atenção para a exposição da menina e a cultura da erotização infantil.
"Esse tipo de música, sem dúvida alguma, é um grande estímulo para a sexualização precoce de crianças e adolescentes, que cresce exponencialmente no Brasil. Não é à toa que nosso país apresenta taxa de gravidez entre 10 e 14 anos maior que a média mundial, conforme estatísticas do Governo Federal", diz um post no perfil.
O responsável pela postagem também lembra que essa situação, é um prato cheio para a indústria abortista, que lucra em cima do assassinato de bebês inocentes e indefesos.
"Quanto mais abortos, mais dinheiro para esses sanguinários. E o feminismo, que diz combater a cultura do estupro? Pouco ou nada se importa com essas músicas, que cada vez mais objetificam a mulher desde sua infância. Pode parecer algo irrelevante para alguns, mas é muito mais sério do que imaginamos. A sociedade, que vende o prazer sexual a todo custo, produz terreno fértil para a prática do aborto.”
Publicação no perfil "Salvamos Vida" no Instagram, criticando o vídeo de Wesley Safadão com a filha de 8 anos
Por causa do vídeo, a deputada federal Eliza Virgínia (PP/PB) denunciou Wesley Safadão ao Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos, que tem uma Secretaria Nacional de Defesa da Criança e da Juventude.
A deputada acusou o cantor de erotizar a filha de 8 anos por expor a criança dançando e dizendo palavras obscenas. Em entrevista ao site Metrópoles, Eliza declarou que a exposição da menina a uma letra de música com teor sexual explícito fere o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) e induz à pornografia e à prostituição.
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