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Este foi um ano intenso, em tantos sentidos, para o Thiago e para mim. Estivemos em cinco países e 11 estados brasileiros para dizer o quanto é imperioso, neste momento da história, vivermos a liberdade de crer e expressar a fé religiosa, tanto na esfera privada (no exercício do meu direito a ter uma crença e praticar a religião que constitui compromisso para minha consciência) quanto pública (quando, na manutenção da liberdade de crença e de religião, vejo o próprio termômetro das demais liberdades e da democracia).
Ao chegarmos ao fim de mais um ano, com duas guerras conflagradas – entre Ucrânia e Rússia, já em seu segundo ano de operações militares, e a do Oriente Médio, entre Israel e o grupo terrorista Hamas –, além da possibilidade de um conflito armado em nossa região, entre a Venezuela e a Guiana, nosso coração se enche de temor quanto àquela incessante busca da humanidade, e que parece nunca chegar: a paz. E nada mais propício para lembrar desta busca que refletir um pouco sobre o próprio Natal.
Para os crentes, o Natal transcende seu caráter festivo, revelando-se como um momento singular em que a história humana se entrelaça com a intervenção divina. No cerne do cristianismo, a celebração da encarnação de Jesus Cristo revela o ápice da promessa de Deus à humanidade, de prover redenção.
A singularidade da encarnação de Jesus, quando Deus se faz servo para resgatar Sua criação, distingue o cristianismo como a única religião com esse extraordinário compromisso. Essa profundidade de transcendência permeia não apenas a esfera religiosa, mas também influencia a compreensão coletiva da existência humana. A história é dividida pela presença do Deus-Homem, cuja mensagem de amor, perdão e redenção ecoa através dos tempos.
Para os não crentes, serve como um farol de transcendência, que definitivamente foi decisivo para moldar a cosmovisão que trouxe o mundo ao grau de desenvolvimento sem precedentes que hoje experimentamos – apesar de todos os (muitos) pesares.
Ao contemplarmos o Natal, somos recordados da sagrada Noite de Paz, Noite de Amor, uma melodia que ressoa com a promessa de uma paz insondável e um amor que transcende fronteiras. Esta canção, como um eco do pacto divino, perpetua a esperança e a alegria que o Natal oferece.
O legado do Natal não é uma relíquia do passado; é um presente vivo e precioso que deve ser preservado pela atual geração. Nossa responsabilidade é transmitir esta herança de fé, amor e esperança às futuras gerações, enriquecendo suas vidas com a mensagem eterna do Natal.
Ao considerarmos esses valores espirituais e de verdadeira humanidade, torna-se evidente como contribuem para o bem comum. O Natal não é apenas um evento religioso isolado; é uma fonte de inspiração para a construção de uma sociedade mais justa, compassiva e solidária. A promessa de redenção e a oportunidade de vivermos em paz e amor uns com os outros são pilares essenciais para o bem-estar coletivo.
É crucial reconhecer que a observância e a melhoria desses valores espirituais florescem em um ambiente de liberdade religiosa. A liberdade de buscar e praticar a fé é um elemento vital para o enriquecimento espiritual e o respeito mútuo. Respeitar esta data é contribuir para a coexistência pacífica e fortalecer os alicerces de uma sociedade justa.
Neste contexto, a busca da humanidade pela paz encontra uma bússola confiável no legado do Natal. A mensagem de amor, perdão e reconciliação proclamada na Noite de Paz, Noite de Amor, ressoa como um chamado universal à compaixão e à compreensão mútua. Ao internalizar esses princípios, não apenas cultivamos uma paz interior, mas também contribuímos para a construção de um mundo mais inclusivo que fale e ouça. Coisas tão difíceis de vermos hoje em dia.
A Encarnação de Jesus, ao trazer a divindade para o seio da humanidade, estabeleceu um padrão elevado cujo único interesse é servir o próximo. Este ato divino de humildade e sacrifício inspira-nos a transcender as divisões e a buscar a harmonia em nossas interações – e manter esta visão das coisas é crucial para a liberdade de pensamento sobre tantas outras.
A contribuição desses valores espirituais e da liberdade religiosa para o bem comum é evidente na medida em que moldam as sociedades em direção a um entendimento mais profundo e respeitoso entre seus membros. A capacidade de coexistir pacificamente, apesar das diferenças de crença, é uma manifestação prática da mensagem de amor e tolerância que o Natal representa.
Ao honrarmos o legado do Natal e promovermos a liberdade religiosa, estamos, de fato, construindo um caminho sólido em direção à paz duradoura – se não aqui, na eternidade.
Esta data é uma chamada perene à humanidade para buscar a paz interior e, por extensão, contribuir para a paz global. Ao preservarmos e transmitirmos este legado às futuras gerações, estamos investindo em um futuro em que a compreensão mútua e a colaboração são os alicerces de uma paz possível.
Feliz Natal!