Dizia Nietzsche – no fim do século 19 – que Deus estava morto. Essa afirmação reverberou no século 20, potencializada pelos horrores de duas guerras mundiais e cantarolada pelo movimento hippie sob o símbolo da “Cruz de Nero”, uma representação da busca pela paz, sem Cristo.
Para muitos a religião era apenas um refúgio que, a cada dia, ia sendo esvaziado a ponto de ser extinto. A alienação da religiosidade seria dispensada pela evolução humana. Porém, os iluminados franceses e os materialistas socialistas estavam errados. A prova é o presente século: a religião é tema comentado dos bares da periferia aos grandes centros de poder e conhecimento.
Aqueles que relegavam a religião ao ostracismo batem cabeça para entendê-la. Nós mesmos, autores desta coluna, somos procurados por jornalistas dos mais diversos canais de comunicação na tentativa quase desesperada de entender o fenômeno religioso.
A religião continua sendo importante para as pessoas e essa importância está em franco crescimento
Em pesquisa de 2009 do Pew Research, importante instituto sediado na Califórnia, verificou-se que no período de 2010 a 2050 ocorrerá um crescimento de 30%, além do crescimento vegetativo da população, das duas maiores religiões do mundo, o cristianismo e o islamismo, enquanto o porcentual de pessoas que não se filiam a alguma religião decairá de 16% para 13%.
Trata-se apenas de uma evidência metodológica estatística daquilo que estamos percebendo de forma empírica: a religião continua sendo importante para as pessoas e essa importância está em franco crescimento. Basta olharmos pelo retrovisor da história para percebemos como a religião movimenta a história das ideias. O papel da religião é central quando investigamos a história das ideias, da política e as dinâmicas do poder, da cultura, arte, educação e, claro, do próprio Direito.
Antes mesmo do período civilizatório, nas sociedades de caçadores, coletores e agricultores, todos os seus atos eram sagrados em si, como ensina Christopher Dawson em Dinâmicas da História do Mundo: “A totalidade da vida social de um povo primitivo se encontra intimamente ligada à sua religião. O mesmo vale para as primeiras civilizações” (p. 197).
Não é diferente nas primeiras grandes civilizações, como ensinam Dawson e Voegelin: a religião é a pedra angular de seus sistemas políticos. O Egito, assim como a Mesopotâmia, elaborara suas filosofias políticas como parte integrante de uma ordem. O próprio povo hebreu teve como elemento fundante de sua ordem social e política a Lex Dei entregue por Deus a Moisés, no Monte Sinai. Poderíamos passar pela Grécia antiga, pelo Império Romano, entrar no Medievo e na Renascença para demonstrar a importância da religião. A América existe por causa da religião e os Estados Unidos foram formados também por causa dela.
Aqueles que, como os franceses do passado, tentam decepar cabeças de religiosos nada mais fazem que plantar sementes para o seu crescimento. Will Durant, com acerto, disse: “César e Cristo confrontaram-se na arena e Cristo saiu vitorioso”.
Por mais que um progressismo às avessas tente incutir na mente das pessoas que a verdade é relativa, pois cada um tem a sua, cada vez mais as pessoas buscam a verdade na revelação da teologia. Essa, sim, é a marcha inexorável da humanidade, ou seja, não é a evolução, mas a libertação pela verdade, pois “conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”.
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