Muitos dizem por aí que estamos “no limite”. Limites econômicos, que já preveem uma crise profunda, como um mar que recua perigosamente dando o prenúncio de um tsunami; limites políticos e jurídicos, já uma tempestade perfeita ante tantos interesses conflitantes a balançarem o nosso barquinho “Brasil” e como as liberdades fundamentais estão sendo atacadas por canetas nervosas de prefeitos e governadores país afora; limites éticos e filosóficos, afinal, será que a dicotomia “vida x economia” é uma discussão válida?; e, sim, limites religiosos, porque a crença espiritual – fibra humana mais íntima do ser, também é abalada no contexto da crise global que a pandemia nos proporcionou neste famigerado ano de 2020.
Se há uma coisa que precisamos fazer, mais e mais, é discutir os assuntos. Discutir construtivamente, de forma a lançar luzes sobre os assuntos, encontrar soluções, propor ideias, envolver gente pensante e que possa inspirar pessoas. Não temos a obrigação de ficarmos quietinhos debaixo da cama esperando o ‘bicho-papão’ passar. Não é tempo de criar novas filosofias ou propor coisas não pensadas ou testadas. O tempo é de agir, com as ferramentas civilizacionais que temos aprimorado ao logo de séculos.
Por isso o Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR) resolveu entrar em cena para promover debates profundos e esclarecedores sobre grandes temas de interesse público, promovendo a 1ª Jornada Virtual de Estudos em Direito e Religião, que acontece nos dias 12, 19 e 26 de maio, e também dia 2 de junho próximos.
O IBDR, organizador da jornada, é um Instituto voltado a defender a verdade por meio da ciência jurídica, da filosofia, das humanidades e dos saberes técnicos e práticos, e, com este “espírito” estruturou um evento que atendesse as inúmeras demandas que surgiram para a pessoa humana, nos últimos meses em que o mundo está sendo assolado pela pandemia do coronavírus. Questões de como será a vida em sociedade a partir de agora, medos e anseios, caminhos econômicos, entre outras podem ser respondidos pelos princípios da Fé, do Direito, na defesa da Liberdade Religiosa, de Pensamento e Opinião, além dos princípios da Lei Natural e Virtudes Humanas.
Há quatro grandes áreas nas humanidades e ciências sociais aplicadas com muito a dizer nestes dias. São saberes que carregam milênios de conhecimento acumulado, muita “tentativa e erro” e um ótimo track record que pode nos habilitar para enxergarmos saídas em meio a esta crise. Nossos olhos naturais podem pouco – até porque o isolamento social nos força a não podermos trocar muito de cenário – mas a tecnologia atual faz com que nossa vila global também promova uma força para o bem.
A primeira área é a ciência jurídica, o Direito. As normas de convívio social, o conjunto de valores que temos como caros e os atos ou fatos que repudiamos e não toleramos são bastante abalados em momentos como o atual. Há uma tempestade de opiniões, permeadas por sensos comuns, e muita confusão sobre temas como liberdades e excessos em tempos de exceção.
Por isso reunimos dois grandes nomes do Direito, o prof. Dr. Ives Gandra da Silva Martins, um dos maiores juristas brasileiros vivos, com mais de 200 obras no currículo e tendo sido um dos escritores de nossa constituição, juntamente com o prof. Dr. Marcus Boeira, acadêmico de renome, pós-doutor em filosofia do Direito, a falarem sobre como devemos entender as liberdades, o que realmente pode ser restrito sem ferir de morte as conquistas de séculos ao custo do sangue de tantos e que nos legaram um modo de vida inédito na história humana. Junto nos debates o Rev. Dr. Davi Charles Gomes, Dr. José do Carmo Veiga de Oliveira e estes que vos falam. Dia 12/05, às 21h.
Por seu turno, a filosofia tem muito a nos dizer sobre os vários “limites” que enfrentamos. Na verdade, podemos chamá-los de fronteiras. Ciência, Fé e Direito são campos com possibilidades imensas de diálogos profícuos, mas, por vários caminhos, andam muito distantes na sociedade reducionista que vivemos nesta pós-modernidade gasosa. Por isso também é essencial trazer o tema à baila, ante o abalo de estruturas que a pandemia provocou. Os palestrantes principais serão os professores Jonas Madureira e Gabriel Ferreira, com moderação de Davi Charles Gomes e interação para debates de Marcus Boeira, Francisco Razzo e Thiago Vieira. O objetivo é discutir como a fé pode e deve ser tratada como uma voz a ecoar no espaço público. Conexões, dificuldades e intercorrências entre o conhecimento acumulado sob o crivo do experimento (a ciência) e a revelação espiritual, o conhecimento recebido pelo senso de aproximação com o divino no extrapolar dos sentidos (fé), dão a tônica do debate. A palestra acontecerá no dia 19/05, às 21h.
A Religião é fato humano fundamental e importantíssimo para a organização da sociedade. Por mais que vozes “iluminadas” queiram apontar em sentido diverso, todos assistimos que o século XXI trouxe a religião de volta ao cenário público já desde o dia 9 de setembro de 2001. Não há como prescindir da palavra religiosa como lente que enxerga o mundo como um todo. As pessoas não “ligam” ou “desligam” sua consciência espiritual, somente para atos litúrgicos ou rituais. A fé é vivida tanto no domingo dentro de uma igreja quanto segunda no dia de trabalho. Assim sendo, o que a Religião, sob diferentes lentes teológicas, dentro da tradição cristã – que fundamenta nossa sociedade e informa valores culturais e normativos no Brasil, sendo abraçada por 90% da população – tem a contribuir no debate sobre os efeitos da pandemia?
O terceiro evento, na área da religião, ocorrerá no dia 26 de maio, às 21h, com o tema: A vocação social da Igreja em meio a pandemia. Os palestrantes principais serão o Arcebispode São Paulo, Dom Odilo Scherer (a confirmar) e Rev. Davi Charles Gomes. A moderação será do Prof. Ives Gandra da Silva Martins e interação e debates com o Rev. Franklin Ferreira, Pe. Marcos Lázaro e Pr. Valmir Nascimento.
Também neste contexto já muito se fala sobre os efeitos econômicos da crise global. Como será o mundo e as relações comerciais a partir do novo Corona vírus? Será que “voltaremos” ao normal, ou estamos diante de um “novo” normal? Como isto afeta os ânimos dos mercados globais, e, particularmente, do nosso volátil e nervoso mercado brasileiro? O quarto e último evento, na área da economia, ocorrerá no dia 02 de junho, às 21h, com o tema: A Economia em tempos de crise. Os palestrantes principais serão os professores Antônio Cabrera Mano Filho e Hélio Beltrão. Moderação de Davi Charles Gomes e interação e debates de Jean Regina, Alex Catharino, Madeleine Lackso e Augusto Ventura. Todo o evento será gratuito, com sorteio de livros e ações de parceiros, inclusive da Gazeta do Povo.
O instituto também oferecerá certificado para cada palestra, totalizando 8 horas-aula para fins de atividades complementares. Fica a dica para você que está encerrado em casa e quer respostas de como entender e enfrentar a crise. Saiba mais e se inscreva no site do evento.
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