Soldados do Hamas com lança-mísseis.| Foto: Divulgação/Forças de Defesa de Israel
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Há uma semana temos testemunhado o maior ataque terrorista da história de Israel, perpetrado pelo Hamas, organização criminosa, com flagrantes crimes contra a humanidade, atuando na Faixa de Gaza, território palestino. São imagens chocantes e revoltantes pela selvageria com que pessoas inocentes foram dizimadas no sul do país. Os terroristas mataram famílias inteiras, jovens, crianças e idosos, além de levarem mais de 150 reféns para se somarem aos milhões de palestinos como escudos humanos destes bárbaros sanguinários.

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As nações mais democráticas do mundo foram rápidas em condenar os ataques, responsabilizando o grupo terrorista diretamente, e separando esta situação do conflito de décadas entre Israel e os territórios sob gestão da Autoridade Palestina. O próprio primeiro-ministro Benjamin Netanyahu deixou isso muito claro, ainda no sábado passado, quando declarou guerra ao Hamas.

O Oriente Médio é uma região rica em diversidade religiosa, abrigando muçulmanos, judeus, cristãos e praticantes de outras religiões. O conflito Israel-Palestina tem raízes profundas na rivalidade histórica entre árabes e judeus, mas também está intrinsecamente ligado à reivindicação de Jerusalém como cidade sagrada para todas as três principais religiões abraâmicas.

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Para entender a importância religiosa do conflito, é essencial compreender que Jerusalém é um ponto central para judeus, muçulmanos e cristãos. Isso alimenta as tensões e rivalidades, já que todos os lados reivindicam Jerusalém como parte integrante de sua herança espiritual.

O presidente Lula, depois de muita pressão, e com ginástica retórica, já falou em “atos terroristas”. Mas onde está o pronunciamento contundente do ministro dos Direitos Humanos?

O Hamas é um grupo terrorista, que tenta se vender como político e militar palestino, e que opera na Faixa de Gaza. Considerado terrorista por muitos países, incluindo Israel e os Estados Unidos, o Hamas desempenha um papel significativo no conflito. Fundado com uma base islâmica, o grupo se opõe ao reconhecimento de Israel e tem buscado resistir à ocupação israelense.

Esta realidade tem resultado em escaladas crescentes de violência, numa ótica de provocação e retaliação, resultando em perdas de vidas e sofrimento tanto para os israelenses quanto para os palestinos. O apoio do Hamas entre alguns palestinos é uma complexidade adicional, refletindo a insatisfação com as condições na Faixa de Gaza e a falta de um processo de paz substancial, que leva a discussão para outros patamares, envolvendo o intrincado e desunido mundo muçulmano (sunitas e xiitas) e capturas ideológico-políticas no tabuleiro de norte e sul globais.

Horas após os ataques – e nos dias subsequentes –, as atenções têm sido voltadas para a pequena Faixa de Gaza, e o desfecho de um ataque terrestre por parte de Israel divide opiniões, sobre proporcionalidade e direito internacional humanitário, o que suscita debates sobre autodeterminação e valores humanos fundamentais. Não há soluções fáceis (se é que há solução) para o conflito em si. O que deveria, porém, ser uma unanimidade é a condenação do terrorismo selvagem dos ataques de sábado – em uma proporção de dez vezes o 11 de Setembro (com requintes de crueldade, na decapitação de bebês, notícias de estupros, pessoas queimadas vivas, enfim, um show de horrores), considerando o tamanho da população israelense. E, nisto, o Brasil tem falhado miseravelmente.

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Escondendo-se sob o argumento de que, por opção de neutralidade, enquanto o Conselho de Segurança da ONU não classificar o Hamas como grupo terrorista, o Brasil também não o fará, a gestão de um governo eleito justamente sob premissas de defesa dos direitos humanos como eixo ideológico fundamental comete uma agressão. Por mais dissociada que seja a prática do discurso – e disso sabemos –, fica, mesmo assim, um certo amargo ao ver tanta incoerência entre o “ninguém fica para trás” e o silêncio diante da barbárie.

O presidente Lula, depois de muita pressão, e com ginástica retórica, já falou em “atos terroristas”. Mas onde está o pronunciamento contundente do ministro dos Direitos Humanos? Será que todo o discurso de posse com a presença de várias minorias, inclusive as “vítimas de violência”, já foi esquecido? Não é justamente neste sentido que, ao olhar o quadro terrível de fora, há oportunidade de lançar símbolos domésticos para que saibamos aprender com a dor observada, e não torná-la nossa? Ou será que, realmente, viveremos aqui o “direito dos manos”?

O que aconteceu ali foi um “pequeno holocausto”. Vimos do que o ódio é capaz; e não há, definitivamente, paralelo com senhoras empunhando Bíblias na mão, como sugeriu a senadora Soraya Thronicke. Não podemos deixar este tema cair em uma mera polarização ideológica de governos do dia. O Brasil é respeitado não apenas pela “neutralidade” em assuntos diplomáticos, mas na convivência historicamente pacífica no mundo plural. Que saibamos respeitar este legado, não cair em narrativas, e entregar às futuras gerações um lugar onde saibamos conviver e promover o bem comum.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]