Lives de frei Gilson na madrugada na última semana têm sido assistidas por mais de 1 milhão de pessoas.| Foto: Reprodução/YouTube/Frei Gilson
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Nas últimas semanas, assistimos a uma preocupante escalada de ataques direcionados ao frei Gilson, figura de destaque na comunidade católica brasileira. Grupos alinhados à esquerda política têm promovido uma campanha difamatória, chegando ao extremo de fazer comparações com Adolf Hitler, já que ambos “reúnem muitas pessoas” – uma analogia não apenas absurda, mas profundamente ofensiva e desrespeitosa, que revela a indigência intelectual e o desespero argumentativo de quem não consegue conviver com o contraditório.

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Frei Gilson é amplamente conhecido por suas pregações e transmissões ao vivo que reúnem milhões de fiéis, não apenas no Brasil, mas entre falantes de língua portuguesa mundo afora. Sua influência crescente nas redes sociais e suas posições conservadoras têm incomodado setores que, em vez de promoverem o diálogo, optam por estratégias de difamação, cancelamento e censura, numa clara demonstração de que, para eles, a liberdade só vale para o pensamento hegemônico.

Em resposta às pressões e acusações, o religioso foi compelido a remover mais de 2 mil vídeos de seu canal no YouTube, muitos deles contendo pregações e reflexões bíblicas publicadas entre 2018 e 2024. Um apagamento de conteúdo que, embora voluntário, revela o clima de intimidação orquestrado por quem não tolera qualquer manifestação pública de fé que confronte suas ideologias.

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Frei Gilson tem incomodado setores que, em vez de promoverem o diálogo, optam por estratégias de difamação, cancelamento e censura

A tentativa de silenciar vozes religiosas e confinar a fé ao âmbito estritamente privado representa uma ameaça direta à liberdade religiosa, um dos pilares fundamentais de nossa República. O Estado laico, como já escrevemos e reiteramos, não é um Estado ateu nem antirreligioso; é um Estado que respeita todas as crenças e descrenças e assegura o direito de expressão pública de cada uma delas.

A laicidade do Estado não deve ser confundida com a exclusão da religião do espaço público; pelo contrário, deve assegurar que todas as crenças possam coexistir e se expressar livremente, inclusive influenciando a cultura, a arte, a política e a vida cotidiana, como sempre ocorreu nas sociedades mais saudáveis.

A ética – ou pior, a sua ausência – torna-se um componente decisivo na atuação de grupos políticos. Enquanto alguns se dedicam a servir ao próximo, promovendo o bem comum e respeitando a diversidade de pensamentos e crenças, outros parecem interessados apenas em se servir do próximo, manipulando emoções, distorcendo fatos e utilizando estratégias de difamação e censura para impor suas agendas autoritárias. O discurso da inclusão, tão propagado por esses grupos, rapidamente se desfaz quando o pensamento divergente se manifesta.

A religião é historicamente reconhecida como uma reserva moral para a sociedade, oferecendo valores e princípios que orientam o comportamento humano e formam a base dos pactos sociais. Tentar suprimir sua influência ou confiná-la ao âmbito privado não apenas empobrece o tecido social, mas também abre caminho para formas sofisticadas de controle social, onde a uniformidade de pensamento é imposta sob o disfarce da “tolerância”, e a liberdade individual se torna mero discurso vazio. A moral religiosa lembra à sociedade que existe algo acima do poder político; por isso, regimes totalitários sempre buscaram sufocá-la.

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Temos a missão de permanecermos vigilantes contra quaisquer tentativas totalitárias; especialmente quando se trata da busca em silenciar a voz da alma. A liberdade religiosa não é apenas um direito individual, mas o fio condutor que sustenta os fundamentos de nossa República.

É a liberdade religiosa que garante que o ser humano não seja reduzido a um número ou a uma função social, mas reconhecido em sua dignidade plena, com consciência, alma e transcendência. Defendê-la é assegurar que nossa sociedade continue sendo um espaço onde a pluralidade e o respeito mútuo prevaleçam, sem que a fé precise pedir licença para existir.

Tentar suprimir influência da religião ou confiná-la ao âmbito privado abre caminho para formas sofisticadas de controle social, onde a uniformidade de pensamento é imposta sob o disfarce da “tolerância”

A ética na política deve sempre buscar o serviço ao próximo, promovendo o diálogo e a compreensão. Quando grupos políticos recorrem à difamação e à censura, revelam não um compromisso com o bem comum, mas uma perigosa inclinação ao autoritarismo disfarçado de virtude.

Devemos, portanto, reafirmar nosso compromisso com a liberdade, a ética e a justiça, garantindo que todas as vozes, especialmente as que ecoam a partir do inarredável compromisso de suas consciências com a fé religiosa, possam ser ouvidas e respeitadas. Pois calar o religioso é, no fundo, calar a própria sociedade civil – e, quando isso acontece, resta apenas o Estado, autoritário e controlador, como único senhor da verdade.

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Que nunca deixemos de vigiar. A voz da alma não será silenciada.

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]