Por volta da meia noite, reapareceu, agora todo de branco, caminhando pelo trapiche em direção ao palco flutuante (uma balsa adaptada como palco) do Porto Beach. Após reclamar um pouquinho por estar distante do público, Jorge abriu muito bem a noite com “Salve Simpatia”.
“Santa Clara Clareou”, “Zazueira” e “Minha Menina” logo também vieram em pout-pourri, numa longa onda de suingue que balançou Guaratuba. O publico pulava, cantava e ainda havia casais que tentavam dançar juntinhos em meio à muvuca que fluía desordenada pelo Porto Beach. Naquela altura, o lugar estava uma verdadeira sauna, com todo mundo se abanando, mas se divertindo.
Ao longo de toda a apresentação, a performance de Jorge se manteria impecável, com a energia lá em cima. Alguém diria que aquele negrão esbelto, que não desafina nem perde o fôlego nunca, tem 67 anos de idade?
“E aí, tá todo mundo feliz?”, perguntava Jorge, esbanjando saúde e felicidade, depois de agitar a galera com “Do Leme ao Pontal”, do chapa Tim Maia. Em seguida, não restou alternativa ao público senão chamar o “síndico” em “W/Brasil”.
Passando um pouco da uma hora da manhã, o cantor fez um break de alguns minutos, depois de pôr todo mundo para gritar: “Fio Maravilhava, nós gostamos de você.”
Houve quem achasse que o show terminaria ali, afinal o pedestal do microfone foi retirado do palco. Mas tudo foi só para o mestre reaparecer no trapiche, mais próximo do público, retomando a festa em um tom mais solene, com “Jorge da Capadócia”.
A “seriedade”, porém, logo foi quebrada com Jorge chamando a mulherada para acompanhá-lo em “Gostosa”, uma devida homenagem a todas as belas do Porto Beach.
Daí em diante, Jorge instaurou um verdadeiro Carnaval, cantando o “hino da Mangueira”, “Explode Coração”, do Salgueiro, e outros sambas-enredo. Até a prefeita Evani Justus, convidada pelo músico, caiu no samba do palco flutuante. Tremenda zazueira. O alquimista então fechou a conta com mais “Salve Simpatia”, quase às duas da manhã, desejando feliz Ano Novo e “boa noite, boa noite, bom dia”.