O universo do rock and roll sempre foi dominado pelos homens, com raríssimas exceções como a banda americana L7, durante a onda grunge dos anos 1990.
No Brasil, o grupo curitibano As Diabatz vem quebrando essa regra. O trio, formado apenas por mulheres, tem conseguido se destacar dentro do cenário psychobilly internacional. “Eu acho que as pessoas ficam curiosas para conhecerem o nosso som e assistirem a um show da banda. Nunca nos trataram mal por sermos mulheres”, afirma a baterista do grupo, Clau Sweet Zombie.
A formação da banda, que teve início em 2006, tem ainda a guitarrista e vocalista Baby Rebbel e a baixista Killer Klaw. A química e entre as três surgiu logo no primeiro encontro do trio. “A gente só se conhecia pela cena, quando íamos aos shows. No primeiro ensaio já compusemos ‘Psychomad Mary’, a nossa primeira música”, relembra Clau.
Em 2008 foi lançada a demo de estreia do grupo. “Witches Stomp” trazia quatro músicas e foi gravada de forma independente. No mesmo ano foi lançado o primeiro álbum oficial do trio, “Riding Through the Devil’s Hills”, pelo selo belga Drunkabilly Records. No ano passado elas lançaram, também pela gravadora europeia, o seu segundo CD, “Crazy Psychos, First Degree”. O trabalho foi distribuído também na Europa, em vinil colorido.
Ao vivo, a banda chama muito a atenção pela precisão e energia na execução das músicas. Uma prova disso foi a apresentação do trio na 14º edição do tradicional festival Psycho Carnival, que aconteceu entre dias 8 e 12 deste mês em Curitiba. Tocando ao lado de grandes nomes do estilo como a banda inglesa The Caravans e os suíços do The Monsters, a performance das curitibanas rendeu elogios por parte dos fãs e da crítica. “A gente sentiu uma energia muito boa vinda do público. Estávamos ansiosas para tocar e mostrar dois sons inéditos que fizemos. Para mim foi perfeito!”, conta Clau.
O festival curitibano é um dos mais respeitados do mundo dentro da cena psychobilly. Pessoas de vários países, como Alemanha, Argentina e Chile, vieram para acompanhar o evento. Isso faz com que a visibilidade dos grupos que se apresentam seja muito maior. A cena psychobilly da capital paranaense, inclusive, é considerada a maior do país, desde os anos 1990. Grandes bandas foram formadas na cidade, entre elas Os Cervejas, Sick Sick Sinners, Krápulas e Ovos Presley. “Acho que a nossa cena é a referência no Brasil. Temos o maior festival e as principais bandas. Elas são conhecidas até fora do país”, explica Clau.
As Diabatz, inclusive, já fizeram três turnês pela Europa. A primeira foi em 2008 quando tocaram no que é considerado o maior festival do estilo do mundo, o Psychobilly Meeting, na Espanha. No ano seguinte elas realizaram vários shows ao lado do Frantic Flintstones, uma das bandas mais influentes do psycho, passando por Suíça e República Tcheca, entre outros países.
No ano passado as curitibanas fizeram a sua primeira tour individual pelo velho continente, se apresentando na Alemanha, França, Bélgica, Holanda e Inglaterra. “Para nós é uma honra poder representar e espalhar pelos quatros cantos do mundo aquilo que nós mais amamos e melhor sabemos fazer, o psychobilly”, afirma Clau.
Com o apoio do público da cidade, fato que não acontece em outros estilos, o momento do psychobilly em Curitiba pode render ainda mais frutos para os artistas do estilo. “Eu acho que a mídia nunca deu tanta atenção para bandas e para a cena underground como agora. Isso é realmente muito legal porque, assim, a gente consegue divulgar mais a nossa música e o nosso estilo de vida”, finaliza Clau.
Assista a dois vídeos do show das Diabatz no Psycho Carnival 2013, “Necrolove” e “Undead Girl”.
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