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Banda finlandesa Korpiklaani ratifica o crescimento da cena folk metal, em Curitiba

Marcos Anubis/Cwb Live
Korpiklaani, a cena folk metal cresce cada vez mais em Curitiba

O show da banda finlandesa Korpiklaani, ontem 10/6, no Music Hall em Curitiba, durante o 2º Mead Fest, comprovou que o folk metal é, talvez, o estilo que mais cresce entre os fãs de metal, na cidade. O público praticamente lotou a casa para acompanhar a apresentação, mesmo com a forte chuva que caiu durante o começo da noite.

Uma das coisas mais interessantes dentro do heavy metal, atualmente, é o fato de algumas bandas estarem cantando em seu próprio idioma e usando elementos do folclore de seu país. Um dos precursores dessa prática foi o grupo brasileiro Sepultura, no álbum “Roots”, de 1996, onde misturavam o peso das guitarras com o batuque do baiano Carlinhos Brown.

Logicamente que os mais puristas torcem o nariz para essa fusão mas, de certa forma, essas “inovações” ajudam a revitalizar o estilo, por vezes estagnado. Essa mescla de sons sempre existiu dentro do rock. David Byrne, ex-vocalista do Talking Heads, fez isso em 1989 no álbum “Rei Momo”. Paul Simon também, em “The rhythm of the saints” de 1990, onde trazia ritmos e músicos africanos para o seu folk rock. Era a chamada “world music”.

O show começou com “Hunting song”, dando o tom alegre e festivo que o grupo impõe, ao vivo. Em “Vodka”, o guitarrista Cane trouxe uma garrafa da mesma para o palco e preencheu os “horns” de alguns fãs, (chifres onde é tomado hidromel ou qualquer líquido semelhante). Em dado momento, todos da banda saíram do palco deixando o violinista Tuomas Rounakari mostrar todo o seu virtuosismo em um breve solo. Um dos momentos mais inusitados do show foi a cover de “Iron Fist”, do Motörhead. Lemmy Kilmister não deve ter imaginado que a sua música, algum dia, seria executada em meio a violinos e acordeons.

A formação atual do Korpiklaani conta com o guitarrista e vocalista Jonne, Jarkko no baixo, Matson na bateria, Juho no acordeom, Cane na guitarra e Tuomas Rounakari no violino.

Após o show do grupo, o Enthring, banda também finlandesa, subiu ao palco. Boa parte do público já tinha se retirado por conta do horário, mas os músicos apresentaram o seu setlist de forma extremamente profissional. A cobertura do show do Enthring você poderá conferir, ainda nesta semana, aqui no Cwb Live.

Letras em finlandês

As letras, cantadas no idioma da banda, trazem um ar pessoal para as músicas. Em entrevista ao jornalista Costábile Jr, do site The Ultimate Music, o acordeonista Juho Kauppinen explicou o motivo dessa escolha. “A língua finlandesa é, sem dúvida, a mais adequada para as músicas, mas esse é um ponto de vista finlandês. Não existem muitas pessoas fora disso que entendam finlandês, o que se torna uma dificuldade para os estrangeiros”, afirma.

Algumas músicas do grupo, segundo Juho, não poderiam ser cantadas em outra língua, mesmo que a maioria das pessoas não consiga entender o que a letra passa. “Eles podem apenas dizer como a linguagem soa, mas não necessariamente a sentem… O verso de “Kalevala” é impossível de ser cantado em outra língua a não ser em finlandês”, explica.

A banda parecia muito satisfeita pela forma calorosa com que foram recepcionados pelos curitibanos. Após o show, os integrantes saíram dos camarins e foram tirar fotos, dar autógrafos e conversar com os fãs, mostrando que, mesmo sem a total compreensão do que o som do Korpiklaani procura passar, a música é uma língua universal.

Confira três vídeos do show da banda.

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