O conceito de “one man band” diz respeito a uma pessoa que “é” a banda. Ela compõe todas as músicas e letras, toca todos os instrumentos, faz o vocal e o que mais for necessário. Uma das mais representativas bandas de um homem só foi o Bomb The Bass, nos anos 1980. O responsável era o DJ Tim Simenon, um dos expoentes do início do que chamamos, atualmente, de música eletrônica. Em 1988 Simenon lançou o clássico “Into the Dragon”. Tudo era feito com os malditos, ou divinos, samplers, que copiavam qualquer som existente na face da terra, e em outros mundos também. De lá para cá muita coisa mudou. Hoje, a tecnologia permite que praticamente qualquer pessoa grave o seu CD no conforto de sua casa.
O curitibano Tersis Zonato é multi-instrumentista. Toca guitarra, baixo, violão, bateria e canta. Sua avó, que era dona de uma escola de música, tinha vários instrumentos musicais que hoje fazem parte do seu acervo. Foi ela que, de certa forma, despertou o seu interesse por timbres e sons diferentes. Ele revela um ar tranquilo e não se acha um “super-músico”. Percebe-se, claramente, a paixão do cara pela arte, o que o leva a manter tantos projetos, ao mesmo tempo.
Tersis tem, atualmente, duas bandas: o Offal, onde toca guitarra e faz backing vocal, e o seu projeto mais antigo, o Lutemkrat, onde toca tudo. “É um projeto baseado no black metal, aquela linha mais Noruega, Suécia”, afirma. As letras abordam temas épicos, mas deixam a interpretação por conta do ouvinte. “Tematicamente eu tento falar de algumas coisas mais filosóficas. Procuro fazer sempre de uma forma subjetiva, para que a pessoa possa levar a interpretação para si”, explica. Essa interação entre o ouvinte e o que a letra e a melodia transmitem é essencial, na visão de Tersis. “Eu acredito que a música tem muito disso. Você não só escuta e se sente bem, mas, também, tenta criar relações com o que sente e vive”, afirma.
O nome Lutemkrat não tem um significado definido. Foi uma criação do próprio Tersis. “É um jogo conceitual que eu criei, uma mistura de alguns conceitos para ficar algo abstrato”, explica. O seu trabalho mais recente é o CD “Visions From Dimensions Beyond Conception”, lançado em setembro de 2011. Ele está disponível para download nesse link. O trabalho das guitarras, que criam toda a atmosfera das músicas, é o que mais chama a atenção no álbum. “É uma característica desse meu projeto usar guitarras que conversem entre si, que tenham melodias e harmonias contrastando e não fiquem só somando para dar peso”, afirma.
O Cwb Live foi conferir como é o trabalho de compor e executar todos os instrumentos que fazem o Lutemkrat ser reconhecido até fora dos limites tupiniquins. Confira a entrevista em vídeo e as músicas “As cosmic winds transcend existence”, “Infinite rises” e “Visions from dimensions beyond conception”.
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